A empresa mineira australiana Syrah anunciou na quarta-feira que vai manter parada a mina de grafite de Balama, norte de Moçambique, onde a atividade foi suspensa em março devido à Covid-19.

“As restrições de viagens começam a diminuir, porém as condições de mercado ainda precisam melhorar para permitir o reinício da produção“, lê-se na apresentação de resultados trimestrais da empresa.

As vendas de grafite, minério usado em baterias de aparelhos eletrónicos e sobretudo carros elétricos, cifraram-se em 3.000 toneladas no terceiro trimestre deste ano, detalha a apresentação.

Em 2018, tinham sido vendidas 73.000 toneladas de grafite extraída da mina moçambicana, valor que em 2019 subiu para 163.000 toneladas.

A Syrah mantém “a capacidade operacional e de marketing para reiniciar rapidamente a produção” em Balama, referindo que “o arranque levará dois a três meses a partir do momento em que a decisão seja tomada“.

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A empresa mantém uma perspetiva otimista, considerando que o mercado mundial de carros elétricos cresceu no último trimestre face a 2019, que os EUA e União Europeia pretendem ter maiores reservas de grafite e que há compromissos crescentes em políticas de descarbonização.

A mina de Balama iniciou a produção comercial há três anos empregando cerca de 650 trabalhadores, quase na totalidade moçambicanos.

A China é o seu grande mercado sendo o minério usado na produção de baterias para carros elétricos.

No final do último ano, a grafite passou também a abastecer uma fábrica da empresa nos EUA.

A Syrah anunciou em 2019 uma redução no número de trabalhadores em cerca de um terço, em Moçambique, no âmbito de uma revisão de custos devido à depreciação do yuan, moeda chinesa, à maturação do mercado de grafite, cortes nos subsídios chineses para veículos elétricos e também por causa do clima de tensão no comércio internacional.