O ministro da Saúde checo foi esta sexta-feira criticado após ter sido apanhado por um fotógrafo a sair de um restaurante que deveria estar encerrado devido às restrições impostas pelo governo para combater a pandemia do novo coronavírus.

No cargo desde setembro, Roman Prymula também ignorou a obrigação de usar máscara ao entrar no carro com o motorista, informou o diário Blesk. O seu comportamento rendeu-lhe uma enxurrada de críticas nas redes sociais da oposição e até mesmo de membros do governo de coligação.

“As regras devem ser válidas para todos, sem exceção”, reagiu num comunicado o ministro do Interior checo, Jan Hamacek, dizendo ainda que Prymula “não pode permanecer como ministro da Saúde”.

Jan Hamacek é o responsável pelo comité governamental que faz a gestão da crise causada pela pandemia do novo coronavírus. Os dois ministros são de duas formações políticas diferentes.

A República Checa ultrapassou as 14 mil infeções pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, após o recorde de quase 15 mil contágios na quinta-feira, informou esta sexta-feira o Ministério da Saúde.

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Nem o encerramento de escolas, bares, restaurantes e locais de entretenimento, nem outras restrições impostas parecem estar a resultar até ao momento e o próprio governo reconheceu esta sexta-feira esta situação.

Com uma taxa acumulada de infeções de 1.066 por 100.000 habitantes, a República Checa lidera a lista da União Europeia de países mais afetados pelo SARS-CoV-2, estando à frente da Bélgica (933). O número das infeções ativas agora ultrapassa as 130.000, das quais mais de 4.400 pessoas estão hospitalizadas, quatro vezes mais do que há três semanas.

Na quinta-feira entrou em vigor uma nova restrição de circulação que, segundo o governo, não é um confinamento, e na qual só é permitido sair de casa para trabalhar, ir ao médico, fazer compras e passear no campo.

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Também foram proibidas reuniões de mais de duas pessoas na rua, enquanto todos os comércios, exceto de comida e farmácias, ficarão encerrados até 3 de novembro.