A subsidiária portuguesa do grupo checo Batist Medical prevê duplicar a faturação este ano, face aos 9,5 milhões de euros de 2019, impulsionada pelo aumento da procura de consumíveis hospitalares devido à pandemia.

Com a recente contratação de 15 pessoas, a maioria de perfil comercial, e o investimento de 150 mil euros na melhoria da capacidade logística e na modernização e ampliação das instalações de que dispõe em Matosinhos, a Batist Medical Portugal tem estado “a responder bem” ao aumento da procura de consumíveis hospitalares, descartáveis cirúrgicos e vestuário não estéril, produtos em que assenta o seu catálogo, afirma o diretor comercial da empresa, José Luís Rebelo, citado num comunicado.

Especializado na produção e distribuição de dispositivos médicos, o grupo checo Batist Medical diz estar já “a rentabilizar os investimentos que fez ao longo do ano passado” na sua subsidiária portuguesa, resultante da aquisição, no final de 2018, da antiga distribuidora dos produtos da marca em Portugal e em Espanha.

Segundo José Luís Rebelo, o braço português da Batist Medical tem conseguido “conciliar a execução da ambiciosa estratégia comercial de conquista de quota de mercado” que tinha definido para 2020, “muito antes do primeiro surto epidemiológico pelo novo coronavírus”, com um “contínuo e desafiador aumento da procura, quer em qualidade do produto, quer em tempo de entrega, já em contexto pandémico”.

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É gratificante para nós estarmos a crescer a três dígitos sem corrermos atrás de contratos milionários e sem ajustamentos especulativos dos preços”.

Segundo recordou, a empresa tem acelerado o crescimento desde março, valendo-se da capacidade industrial instalada do grupo checo, reforçando “as relações de parceria com os clientes, a maioria comerciantes grossistas do setor da saúde“, e sendo “cada vez mais abordada por novas entidades”.

É o caso, sobretudo, de hospitais públicos, comerciantes de equipamentos de proteção individual e distribuidores de consumíveis hospitalares, como compressas, pensos e adesivos, batas e máscaras cirúrgicas, luvas e outro material usado em blocos operatórios.

Nenhuma organização, no nosso país, estava preparada para a primeira vaga de covid-19, mas rapidamente nos apetrechamos para enfrentar a incerteza. Temos estado a responder aos clientes e é uma vantagem competitiva relevante podermos contar com o respaldo industrial da Batist, líder de mercado em vários países da Europa Central, que tem os seus produtos comercializados em mais de uma vintena de países por todo o mundo. E ainda temos margem para acomodar novas demandas do mercado nacional”.

Com 26 colaboradores e um quadro de pessoal com uma média etária de 39 anos, a empresa diz pretender continuar a recrutar “à medida que a expansão do negócio, tanto no mercado doméstico como na exportação, se consolide”.

Este ano, a Batist Medical Portugal prevê obter no mercado nacional cerca de 80% das receitas do exercício, mas o diretor comercial destaca o “apreciável” esforço exportador que tem vindo a ser feito e que se traduz, atualmente, em vendas para Cuba, Espanha, Malta, Itália e França, ainda assim apenas representativas de 2,8% da faturação.

O grupo checo Batist Medical emprega mais de 400 pessoas, a maioria delas na República Checa, onde foi fundado e tem sede, tendo faturado em 2019 cerca de 35 milhões de euros, que prevê duplicar este ano.

Com a principal fábrica em Cervený Kostelec, a pouco mais de 150 quilómetros de Praga, a multinacional checa produz de acordo com a diretivas e as certificações europeias, abastecendo diretamente as suas subsidiárias em Portugal, Espanha, Alemanha, Eslováquia e Polónia.