O presidente da Câmara Municipal do Seixal, Joaquim Santos, exigiu esta sexta-feira a suspensão das obras de substituição do pontão do cais fluvial do concelho “até que sejam encontradas alternativas que não prejudiquem a população”.

Numa “tribuna aberta” junto ao Terminal Fluvial do Seixal, o autarca da CDU lembrou que “devido à pandemia [de Covid-19] é imprescindível assegurar a segurança da população“, que entende estar em risco com a alternativa encontrada pela Transtejo, de assegurar temporariamente o transporte rodoviário dos passageiros entre o Seixal e o cais de Cacilhas, no concelho vizinho de Almada.

“Não é admissível que se suspenda este serviço de transporte público essencial à população. Obrigar os utentes a despenderem ainda mais tempo nos transportes públicos para se deslocarem diariamente não é solução, como propõe o Governo, com carreiras em autocarros para Cacilhas, pelo que exigimos que se adotem soluções aceitáveis e só depois se retomem as obras”, afirmou Joaquim Santos.

Numa nota enviada à agência Lusa, o município informa ainda que o presidente da Câmara já solicitou uma reunião com caráter de urgência ao ministro do Ambiente e Transição Energética, que tutela os transportes urbanos.

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Segundo a mesma informação, o autarca promete estar na segunda-feira à porta do ministério de João Matos Fernandes, com representantes da Junta de Freguesia e da Comissão de Utentes dos Transportes da Margem Sul, para exigir soluções que evitem o encerramento do terminal, se as obras não forem, entretanto, suspensas.

Joaquim Santos juntou-se, assim, aos protestos da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS) e da União dos Sindicatos de Setúbal (USS), que exigiram esta sexta-feira a suspensão das obras no terminal do Seixal, por considerarem que houve falhas na comunicação aos trabalhadores e utentes.

Num ofício enviado conjuntamente ao ministro João Matos Fernandes e à administração da Transtejo, a FECTRANS e a USS indicam que “trabalhadores e utentes foram surpreendidos com o anúncio desta obra, que implica o encerramento do terminal” e que não houve “informação aos trabalhadores abrangidos, nomeadamente como vai ser a organização do trabalho nos próximos tempos, colocando também os utentes com a opção, de um dia para outro, de passarem a ter mais tempo de percurso nas suas viagens diárias”.

Na quinta-feira, a Transtejo informou que a ligação fluvial entre o Seixal e Lisboa será suspensa a partir de segunda-feira, por 45 dias, devido a obras de melhoramento, mas será assegurado transporte rodoviário até ao terminal de Almada.

Após o anúncio da Transtejo, a Câmara do Seixal contestou a “ausência de comunicação prévia” do encerramento para obras do terminal fluvial do concelho, bem como a falta de “articulação com a autarquia” para minimizar o impacto nos utentes.

Segundo a administração da Transtejo, a obra no terminal do Seixal abrange uma área total de 450 metros quadrados que “não é compatível com a operação fluvial, pelo que a empresa é forçada a suspender a atracação”, por um período estimado de 45 dias.

No entanto, a empresa frisou que a oferta de transporte de e para Lisboa vai continuar a ser garantida através de um “serviço especial de transporte em autocarro” entre o terminal do Seixal e o de Cacilhas, em Almada, no distrito de Setúbal, pelo que o título de transporte da ligação do Seixal passa a estar válido na ligação rodoviária e em todos os terminais fluviais da Transtejo (Almada e Montijo) e da Soflusa (Barreiro).

A Transtejo assegura as ligações fluviais entre o Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão, no distrito de Setúbal, e Lisboa, enquanto a Soflusa é responsável por ligar o Barreiro à capital.