Uma estudante de 19 anos foi esta sexta-feira condenada pelo Tribunal de Besançon a quatro meses de prisão com pena suspensa e a seis meses de aulas de cidadania por ter escrito um comentário no Facebook, em que afirmava que Samuel Paty “mereceu morrer”. O docente foi decapitado em Paris a 16 de outubro por ter mostrado um cartoons sobre Maomé numa aula.

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O comentário em causa foi publicado na página do Facebook do jornal L’Est Républicain, um diário regional. Foi depois denunciado por um utilizador da rede social à plataforma Pharos, dedicada à denúncia de atos ilícitos na internet. Após uma investigação, a polícia francesa deteve a estudante de biologia na passada quinta-feira, tendo-a colocado sob custódia policial. A sentença foi rápida: a jovem, oriunda de uma família muçulmana da Argélia, foi condenada esta sexta-feira por desculpabilizar o terrorismo.

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A estudante lamentou o episódio e pediu desculpa, dizendo ser “contra” aquilo que redigiu. Confessou que escreveu “sem pensar” e que tem noção de que cometeu “um erro muito grave”. Por seu turno, a advogada da jovem, Caroline Espuche, referiu que a estudante de biologia reagiu “a quente, sem procurar informações” adicionais e que tinha entendido a situação como uma ridicularização dos muçulmanos, relata a comunicação social francesa.

Recorde-se que Samuel Paty, professor de história e geografia, foi decapitado na passada sexta-feira, depois de ter mostrado caricaturas de Maomé numa aula sobre liberdade de expressão.

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A estudante referiu ainda: “Não sou contra ele [Samuel Paty] mostrar uma caricatura na aula. O professor gere os conteúdos da disciplina como quer”.