A Fundação Côa Parque estima um crescimento de receitas para 2021, esperando arrecadar mais de 3,5 milhões de euros, indicou esta segunda-feira o presidente do organismo.

“Antevemos uma receita geral no próximo ano a rondar 3,5 milhões de euros. Para este crescimento contribuirão as receitas de bilheteira e loja. Apesar dos constrangimentos gerados pela pandemia do coronavírus, temos obtido resultados assinaláveis no ano em curso, que nos deixam muito animados para a execução em 2021. A esta fonte de receita, juntamos várias candidaturas a programas nacionais e internacionais e o investimento privado nacional e internacional”, concretizou à Lusa o presidente da fundação, Bruno Navarro.

Ainda assim, as verbas destinadas à fundação, inscritas no Orçamento do Estado para 2021 apresentam uma quebra de cerca de meio milhão de euros, descendo para 1,93 milhões de euros, quando em 2020 foram orçamentados 2,4 milhões, de acordo com os mapas de serviços e fundos autónomos, tutelados pelo Ministério da Cultura.

Segundo aquele responsável, o Orçamento do Estado, agora em discussão, mantém inalteradas as transferências previstas das entidades financiadoras — Direção-Geral do Património Cultural, Turismo de Portugal, Agência Portuguesa do Ambiente e câmara de Vila Nova de Foz Côa – na ordem do um milhão de euros, que representam cerca de 30% da receita global.

“Já depois de apresentada a previsão orçamental para 2021, a Fundação Côa Parque reviu em alta o encaixe financeiro, maioritariamente resultante de vários projetos que a instituição tem conseguido ver aprovados, no âmbito de programas de financiamento nacional e europeu”, concretizou Bruno Navarro.

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A título de exemplo, o responsável destacou à Lusa os vários projetos em que fundação que dirige está envolvida, como o “Côa Douro Joint Venture”, financiado pelo NORTE 2020, que prevê a criação de uma agenda cultural conjunta com o Museu do Douro durante o ano 2021.

Já o projeto “Dinamização da fruição sustentável e acessível do Parque Arqueológico do Vale do Côa”, financiado pelo Programa Valorizar do Turismo de Portugal, vai apresentar a novidade de se poderem fazer visitas às gravuras do Vale do Côa, através de uma embarcação movida a energia solar.

Um outro projeto que merece o destaque é o “Rock Art Heritage and Landscape to the European Cohesion”, financiado pelo Fundo EEA Grants, que prevê o estabelecimento e aprofundamento da relação institucional nos planos científico e cultural, com o Museu de Alta, na Noruega.

A estes projetos, os responsáveis pela gestão do Côa Parque juntam o investimento privado que tem vindo a crescer nos últimos anos.

“Não menos importante é o crescimento que se verifica no investimento privado, nomeadamente através da nossa política de mecenato cultural e de captação de investimento privado internacional, que deverá ultrapassar, em 2021, o valor de um milhão de Euros”, indicou o responsável.

Ainda assim, Bruno Navarro, recusa falar “em desafogo financeiro” na instituição que dirige.

Na semana passada, a Fundação Côa Parque arrecadou um terceiro lugar nos prémios da Rede Europeia de Turismo Cultural.

A Fundação Côa Parque é a entidade responsável pela gestão do Museu e Parque Arqueológico do Vale do Côa.