Com os portugueses em casa, a utilizar máscaras em espaços fechados e transportes públicos e a fazer um esforço para manter o distanciamento social, a infeção pelo novo coronavírus não foi a única a ser contrariada. Em Portugal, entre janeiro e agosto foram consumidas menos 1,1 milhões de embalagens de antibióticos em comparação com as vendas de 2019.

Os dados são doa Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde — Infarmed —, divulgados esta segunda-feira pelo jornal Público, e mostram que, sem em 2019 tinham sido dispensadas 5,3 milhões de embalagens entre janeiro e agosto, este ano o número registado foi de 4,1 milhões. Em 2018 o número estava nos 5,5 milhões. Ainda que este seja um dos objetivos das autoridades de saúde, que já tinham conseguido registar uma diminuição entre 2018 e 2019, a quebra nunca tinha sido tão significativa.

Além das regras já enumeradas para combater a pandemia, o facto de os portugueses terem ido menos aos hospitais, às urgências e aos centros de saúde também “limitou a oportunidade de prescrição de antibióticos” notou, ao Público, José Artur Paiva, responsável pelo Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos (PPCIRA).

E, se os utentes gastaram menos 5,5 milhões de euros em medicamentos, do outro lado da moeda está o aumento em mais de 28,4 milhões de euros da comparticipação do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Nos primeiros 8 meses de 2019 o SNS teve encargos de 874,2 milhões de euros, valor que este ano já ultrapassa os 900 milhões (902,6).

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