Leonor Beleza, novo membro do Conselho Geral Independente (CGI), considerou esta terça-feira que a dependência exclusiva da RTP de financiamento público, nomeadamente através da taxa de contribuição para o audiovisual (CAV), “não se coloca” neste momento.

A responsável foi esta terça-feira ouvida na comissão parlamentar de Cultura e Comunicação, no âmbito da sua indigitação pelo Conselho de Opinião (CO) da RTP para o CGI, órgão que fiscaliza o Conselho de Administração da empresa, entre outras funções.

Entre as várias perguntas colocadas pelos deputados esteve a questão financiamento da RTP, que atualmente conta com a CAV e tem receitas comerciais.

“Julgo que neste momento a questão não se coloca, não é possível imaginar” que a RTP, para “subsistir financeiramente nos termos em que funciona […] pudesse limitar-se a depender exclusivamente do financiamento público”, respondeu Leonor Beleza.

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“Aliás, basta ver que não há nenhuma previsão de atualização sequer do valor neste momento da taxa que existe”, nem que “haja ideia de aumentar financiamento”, acrescentou a também presidente do Conselho de Administração da Fundação Champalimaud e do Conselho Geral da Universidade de Lisboa.

Questionada sobre o papel da rádio pública, Leonor Beleza disse ter “consciência que a RTP não é apenas televisão, é muitas outras realidades“, disse, considerando que não se deve concentrar a atenção “exclusivamente” na televisão.

Comungo absolutamente das afirmações [feitas pelos deputados] sobre a importância da RTP como serviço público de televisão, de rádio e de multimédia”.

Leonor Beleza considerou “absolutamente importante a defesa do pluralismo” e alertou para o momento que se vive, nomeadamente no que diz respeito às questões de liberdade de expresso e de novas formas de expressão.

Aludindo à “contenção” da expressão em torno das grandes empresas digitais, considerou que “há um conjunto de questões sérias que hoje são colocadas”, esperando que estas não ponham em causa a liberdade e o pluralismo.

A também Conselheira de Estado, que foi indigitada para o órgão pelo Conselho de Opinião da RTP, elogiou o facto do CGI apresentar paridade de género.