As companhas das praias da Vagueira e Areão que praticam a pesca tradicional designada como Arte Xávega vão receber da Câmara de Vagos um apoio financeiro extraordinário de cinco mil euros este ano.

O protocolo entre o município, do distrito de Aveiro, e os dois representantes das companhas (barco de pesca e tripulação) que operam nas duas praias foi assinado na terça-feira, após a Câmara de Vagos ter aprovado a decisão, em 15 de outubro, na reunião da autarquia, por unanimidade.

Em comunicado enviado à agência Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Vagos, Silvério Regalado, justificou a atribuição do apoio, que poderá ser prolongado no tempo e aumentado, com as dificuldades resultantes da Covid-19 e com a deposição de areias no reforço do cordão litoral a sul da Costa Nova.

A Arte Xávega, para nós, é uma prioridade e continuaremos a apostar nela, por todas as razões. Importa salientar a importância desta arte no panorama concelhio”, acentuou Silvério Regalado, na mesma nota.

Para João Esteves, o representante de uma das companhas, “este é um incentivo muito importante para a manutenção da atividade” e “para a valorização e a motivação das pessoas” que trabalham na Arte Xávega, diz o responsável, citado no mesmo comunicado.

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Cada companha já recebe um apoio financeiro anual do município, no valor de 5.000 euros, para “defender e salvaguardar este património cultural”, explicou em 2019 o presidente da Câmara de Vagos, quando a medida foi aprovada.

Esta quarta-feira foi também anunciada a adenda ao protocolo para prolongar esse apoio financeiro aos anos de 2021, 2022, 2023 e 2024.

No documento rubricado esta quarta-feira foi “contemplada a possibilidade de ser concedida uma verba anual adicional de até 2.500 euros, mediante a apresentação de candidatura, às companhas que pretendam realizar outros projetos ou eventos relacionados com a Arte Xávega.

A xávega é uma arte de pesca tradicional de cerco e arrasto. A rede, que termina num saco para prender o peixe, é lançada em semicírculo junto à costa por uma embarcação artesanal, sendo depois puxada para a praia com a ajuda de tratores, que substituíram nos últimos anos as juntas de bois que puxavam os cabos de alagem.