Algumas seguradoras anunciaram aos clientes que vão devolver parte dos prémios dos seguros já este ano, outras já revelaram que vão fazer reduções nos prémios a cobrar em 2021 — não existe propriamente uma “ação concertada”, mas a verdade é que o impacto da pandemia no setor vai fazer com que os portugueses em geral paguem menos pelo seguro do carro.

Quem o garante é José Galamba de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), que, em entrevista ao Jornal de Negócios desta quinta-feira, explicou que “cada companhia [está] a analisar a sua carteira e a perceber as consequências do confinamento e o impacto que teve na sua carteira e a chegar à conclusão de que há uma parte disso que de facto pode ser devolvida aos tomadores de seguros”.

Depois de numa primeira fase o confinamento ter retirado grande parte dos carros das estradas nacionais, fazendo cair a pique o número de acidentes; com o regresso ao trabalho foram muitos os portugueses que trocaram os transportes públicos pelo automóvel, o que necessariamente voltou a fazer subir o número de sinistros — o que, por sua vez, revelou o presidente da APS, deu origem a um fenómeno secundário: o dos “custos de reparação mais caros”.

Depois de semanas em que a indústria esteve parada ou a meio gás e as fronteiras fechadas, as peças necessárias para os arranjos passaram a demorar mais tempo a chegar a Portugal, pelo que aumentaram os gastos das seguradoras com carros de substituição, explicou José Galamba de Oliveira. Que ainda assim reconheceu que, no balanço final, o saldo foi positivo para as empresas do setor.  Até setembro deste ano, os custos das seguradoras portuguesas relativos ao ramo automóvel caíram 7,9%, para 863,5 milhões de euros.

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