O Algarve tem uma situação “relativamente estável” no que respeita à pandemia da Covid-19, com casos “em crescendo nos últimos dias”, mas sem um aumento “alarmante”, revelou esta sexta-feira a delegada regional de saúde.

Ana Cristina Guerreiro avançou que esta sexta-feira há a registar a morte de “três idosas” e a existência de mais “55 casos ativos”, que se somam aos “62 de ontem [quinta-feira]” e totalizam 879, dos quais 34 estão internados e três a necessitar de cuidados intensivos. Na habitual conferência de imprensa quinzenal de balanço da situação epidemiológica na região algarvia, a responsável contabilizou 2.723 casos acumulados, 34 óbitos e a existência de 1.408 pessoas em vigilância ativa.

No centro da atenção das autoridades de saúde voltam a estar os “trabalhares rurais migrantes”, com casos reportados em Albufeira, Faro, Olhão, Tavira e Vila Real de Santo António. Segundo a responsável, estão registados 21 desses casos em Tavira e sete em Vila Real de Santo António, onde está a ser feita “uma grande investigação em vários apartamentos” com a previsão de que os números “devem aumentar”.

Nos lares, há “três situações” a merecer a atenção das autoridades, em Alcoutim, Tavira e São Brás de Alportel.

Foram também detetados “quatro casos numa clínica de hemodiálise” em Faro, estando a decorrer a testagem a “todos os utentes do turno e não só”, indicou a delegada de saúde.

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Ana Cristina Guerreiro disse ainda que surgiu um surto com “15 casos” na equipa de futebol sub-23 do Portimonense, dois dos quais foram detetados “antes da viagem” para um jogo na Madeira e os restantes “no regresso”. Os jogadores estão “em isolamento” e está a ser garantida uma “vigilância ativa”, garantiu a delegada. Por envolver duas viagens de avião, foi solicitada à transportadora aérea a identificação dos outros passageiros para serem contactados.

Na sequência do Grande Prémio de Fórmula1 em Portimão, a responsável indicou que “foram identificados 14 casos” de Covid-19 em “elementos das equipas”, a maioria detetadas nos testes efetuados ao longo da prova e “um ou outro por sintomatologia” e recurso às unidades de saúde da região.

Questionada pelo jornalistas, Ana Cristina Guerreiro assegurou que, caso surjam surtos, há forma de se conseguir identificar os contactos próximos, uma vez que, “na maior parte das bancadas”, há “identificação por bilhete”. No entanto, admitiu que a “deslocação” de alguns espetadores na mesma bancada ou a “recolocação de pessoas” de sábado de domingo poderá dificultar a identificação, pelo que, se isso se verificar, “terá de ser a pessoa a indicar os contactos”.

Por seu lado, o presidente da Administração Regional de Saúde do Algarve, Paulo Morgado, revelou a existência de “14 profissionais de saúde infetados” no Serviço Nacional de Saúde e um no setor privado, o único que “está internado”.