O Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) avançou esta sexta-feira que vai manter a greve marcada entre os dias 9 e 13 de novembro, apesar da pandemia de Covid-19 estarem em níveis máximos em Portugal.

Mantemos a intenção da greve, obviamente que vai haver constrangimentos, mas pretendemos que sejam os mais limitados possíveis, nomeadamente no combate à pandemia de Covid-19″, disse aos jornalistas Jorge Correia, do Sindepor, no final de uma audiência com o Presidente da República.

Jorge Correia sublinhou que a paralisação de cinco dias “é mais do que uma greve, é um grito de alerta”, porque os enfermeiros “estão cansados, exaustos e desmotivados” e se há um consenso por parte da sociedade e dos partidos políticas sobre a importância dos profissionais de saúde “é essencial que isso se concretize em medidas”.

“Nós precisamos do apoio da população neste momento. Essa questão, se vai haver ou não greve em tempo de pandemia, é uma questão que se tem de colocar à ministra da Saúde e ao primeiro ministro”, frisou, referindo que o Sindepor está aberto ao diálogo e às negociações, mas há situações que neste momento não se podem “deixar passar ao lado”.

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O sindicalista reconheceu que a situação “não é consensual por se ter decretado uma greve em situação de pandemia”, mas sublinhou que se está a entrar “numa situação de rutura caso não sejam tomadas medidas”.

A audiência da Sindepor decorreu no âmbito de uma ronda que o Presidente da República está a realizar sobre o desenvolvimento da pandemia de Covid-19 em Portugal, com várias personalidades ligadas ao setor da Saúde e setor social e que já incluíram ex-ministros, ordens profissionais, sindicatos e associações.

Jorge Correia afirmou que alertou Marcelo Rebelo de Sousa para a situação no Serviço Nacional de Saúde, que está a entrar “numa rutura, exaustão e eventual colapso”.

O Presidente da República ouviu ao longo da tarde desta sexta-feira várias estruturas sindicais dos enfermeiros.