A gestão da pandemia pode estar a fazer mais mossa no Governo (e no PS) do que se poderia pensar. O PSD subiu 3,1 pontos percentuais nas intenções de voto no mês de Outubro (face a setembro), para 27%, e o PS caiu 1 ponto percentual, para 35,5%, de acordo com o barómetro da Aximage para o JN e a TSF. Mas o mais interessante é que, pela primeira vez neste barómetro, os quatro partidos da direita – PSD (27%), Chega (5,4%), Iniciativa Liberal (3,2%) e CDS (1,2%) – juntos somam mais do que o Partido Socialista. E o partido liderado por António Costa tem o pior resultado desde as legislativas de 2019.

Ainda assim, uma eventual “caranguejola” ainda tem muito caminho a fazer para conseguir superar a “geringonça” que, mesmo tremida como está nos últimos tempos, soma 51,2%, mais 14 pontos do que a Direita junta.

Mas vamos por pontos. Primeiro, um ponto prévio: esta sondagem já leva em linha de conta não só as negociações por causa do Orçamento do Estado (sobretudo a tensão entre o Governo e o Bloco de Esquerda), como o sentido de voto de todos os partidos (votos contra da direita e do BE na generalidade, abstenção do PCP, PEV e PAN). A recolha de dados foi feita entre 23 e 26 de outubro, por isso já inclui as posições anunciadas por todas as forças. No entanto, o Bloco apenas anunciou que votaria contra a proposta de Orçamento no dia 25 de outubro.

Isso torna o resultado do Bloco de Esquerda mais interessante: o partido liderado por Catarina Martins (encostado à direita pelo PS por ter votado contra) subiu quase 1,7 pontos percentuais percentuais face a setembro. Mais: está melhor agora do que nas legislativas de 2019 (com 10% das intenções de voto).

O PCP – o parceiro de dança do Governo neste OE – teve um ganho marginal de 0,1 pontos percentuais face a setembro, para os 5,7%.

Destaque para os partidos mais pequenos: o Chega perdeu 1,5 pontos percentuais em relação ao mês anterior (mas é o maior dos pequenos, com 5,4% das intenções de voto); o PAN está nos 5,2% (um ganho de 0,4 pp) e a IL ganhou 0,6 pontos, para 3,2%. Juntas, estas três formações já valem 14%, ou seja, mais oito pontos percentuais do que a soma dos três nas últimas legislativas.

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