Os arménios e os azeris devem negociar de forma sincera para que se chegue a uma paz duradoura no enclave separatista de Nagorno-Karabakh. Este foi o apelo do papa Francisco este domingo após a oração do Angelus. Da janela do palácio apostólico, Francisco lamentou que, nesta zona, os “conflitos armados” mantenham sempre “tréguas frágeis” e causem vítimas e danos materiais consideráveis a infraestruturas e locais de culto.

“É trágico”, sublinhou o Papa, enquanto renovava o apelo “a ambas as partes do conflito” para que garantam, quanto antes, o fim do “derramamento de sangue” e se comprometam “numa negociação sincera, com a ajuda da comunidade internacional”, para alcançar “paz estável na região”.

o Papa já tinha, em 11 de outubro, encorajado arménios e azeris a respeitar o frágil cessar-fogo na área.

O conflito no enclave de Nagorno-Karabakh remonta aos tempos da União Soviética, quando, no final da década de 1980, aquele território do Azerbaijão, povoado principalmente por arménios, solicitou a sua incorporação na vizinha Arménia, deflagrando uma guerra que causou cerca de 30.000 mortes.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

No final do conflito, que durou até 1994, as forças arménias assumiram o controlo da região e ocuparam vastos territórios do Azerbaijão, a que chamam “faixa de segurança”.

O Azerbaijão afirma que a solução para o conflito com a Arménia passa necessariamente pela libertação dos territórios ocupados, uma exigência que tem sido apoiada por várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

Por seu lado, a Arménia apoia o direito à autodeterminação de Nagorno-Karabakh e defende a participação de representantes do território separatista nas negociações para a resolução do conflito.

De acordo com relatos de organizações internacionais, a recente escalada do conflito em Nagorno-Karabakh já causou mais de 800 mortes, incluindo uma centena de civis.

O Papa Francisco também se referiu este domingo ao terramoto que atingiu a cidade turca de Izmir na sexta-feira, causando pelo menos 51 mortes, e pediu orações pelas famílias das vítimas.

Por fim, e porque se comemora o Dia de Todos os Santos, Francisco disse “juntar-se” a todos aqueles que vão aos cemitérios para lembrar os seus entes queridos, mas pediu respeito pelas medidas de prevenção do contágio da pandemia de covid-19.