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Um Pote cheio de mel que chegou para adoçar o que andava amargo (a crónica do Sporting-Tondela)

Este artigo tem mais de 3 anos

Pedro Gonçalves marcou mais duas vezes, foi o MVP da goleada do Sporting ao Tondela e é o Pote de mel que trouxe açúcar a uma equipa que há anos que só conhecia um travo mais amargo (4-0).

O avançado ex-Famalicão tem agora cinco golos em três jogos
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O avançado ex-Famalicão tem agora cinco golos em três jogos

Getty Images

O avançado ex-Famalicão tem agora cinco golos em três jogos

Getty Images

Rúben Amorim esteve vinculado ao Benfica de 2008 a 2017, com empréstimos ao Sp. Braga e ao Al-Wakrah do Qatar pelo meio. Mas foi essa temporada inicial, há 12 anos, que esta semana deu origem a um momento de recordação do agora treinador do Sporting. Amorim voltou à Luz nesse ano, depois de se estrear como profissional ao serviço do Belenenses e de ter realizado a formação nos encarnados, e encontrou a equipa técnica comandada pelo espanhol Quique Flores.

“Lembro-me de que quando fui para o Benfica fiz pela primeira vez ginásio com alguém que sabia. Seria melhor jogador se o tivesse apanhado antes, na altura estava muito à frente do seu tempo. Como treinador não conheço bem as suas ideias, ele era responsável pela parte física na altura. Conhecemos as ideias do Tondela porque estudámos, mas não há facilidade em relação a isso”, disse o treinador na antevisão da receção aos beirões. O “alguém que sabia” era precisamente Pako Ayestarán, atual técnico do Tondela, que em 2008 era o preparador físico da equipa de Quique Flores. Este domingo, entre os elogios de Amorim, os dois reencontravam-se mas em lados opostos da barricada — e o treinador leonino saltou do banco de suplentes, antes do apito inicial, para ir cumprimentar Ayestarán efusivamente.

Ficha de jogo

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Sporting-Tondela, 4-0

6.ª jornada da Primeira Liga

Estádio José Alvalade, em Lisboa

Árbitro: António Nobre (AF Leiria)

Sporting: Adán, Luís Neto, Coates, Feddal, Pedro Porro, João Palhinha (Matheus Nunes, 66′), João Mário, Nuno Mendes (Gonzalo Plata, 85′), Pedro Gonçalves (Jovane, 81′), Sporar, Tiago Tomás (Nuno Santos, 66′)

Suplentes não utilizados: Luís Maximiano, Pedro Marques, Gonçalo Inácio, Daniel Bragança, Eduardo Quaresma

Treinador: Rúben Amorim

Tondela: Trigueira, Jhon Murillo (Bebeto, 67′), Yohan Tavares, Enzo Martínez, Filipe Ferreira, Mohamed Khacef (Medioub, 67′), Jaquité (Mario González, 45′), João Pedro (Souley, 77′), Jaume Grau, Salvador Agra, Rafael Barbosa (Pedro Augusto, 77′)

Suplentes não utilizados: Niasse, Strkalj, Telmo Arcanjo, Tiago Almeida

Treinador: Pako Ayestarán

Golos: Pedro Gonçalves (45′, 49′), Pedro Porro (79′), Sporar (90+3′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Filipe Ferreira (28′), a João Palhinha (32′), a Matheus Nunes (85′), a Pedro Augusto (85′), a Nuno Santos (86′)

Com o segundo melhor arranque de temporada dos últimos cinco anos, apenas superado pelo de Jorge Jesus em 2017/18, o Sporting entrava para esta jornada ainda sem derrotas a nível interno e com a possibilidade de abrir uma vantagem de seis pontos para o FC Porto e subir provisoriamente à liderança — três pontos significavam ficar com mais um do que o Benfica, à condição, já que os encarnados só jogam esta segunda-feira com o Boavista. Mas, para Amorim, a lógica da partida deste domingo contra o Tondela era simples.

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“O foco desta equipa deve ser apenas nos nossos jogos. O grupo de trabalho, os miúdos e os experientes, só podem ver verde. Não podem olhar para o vermelho e para o azul, estar distraídos com outras coisas. Estamos ainda no início do Campeonato. Só temos de nos focar nos nossos jogos e nos três pontos”, atirou o treinador leonino. Certo é que, contra o Tondela, Rúben Amorim fazia três alterações à equipa que a meio da semana venceu o Gil Vicente: saíam Matheus Nunes, Nuno Santos e Jovane, entravam João Mário, Tiago Tomás e Sporar. O primeiro, que voltou a Alvalade durante o mercado de verão, integrava o onze inicial dos leões quatro anos depois.

O Sporting demorou praticamente nada a mostrar que o objetivo era dominar o jogo e chegar depressa à vantagem. Coates protagonizou o primeiro lance de perigo, com um cabeceamento ao lado (5′), e Tiago Tomás e Pedro Gonçalves deram seguimento a essa lógica com outras duas oportunidades (14′ e 22′). O Tondela parecia demitir-se da partida, atuando apenas no próprio meio-campo e sem qualquer capacidade para chegar à grande área de Adán, e os únicos pontos negativos que podiam ser apontados aos leões eram mesmo a falta de eficácia e alguma incapacidade do setor mais recuado em construir a partir de trás, apostando muitas vezes na bola longa.

Do outro lado, a dinâmica ofensiva do Sporting, que aparecia não só no último terço como na zona do meio-campo, com recuperações de bola em zonas perigosas, parecia ser demasiado para o Tondela aguentar. O guarda-redes Pedro Trigueira, que chegou ao intervalo com o maior registo de defesas da jornada, ia sendo o melhor elemento dos beirões e o único que ainda mantinha o empate no resultado. Nos leões, Pedro Gonçalves era o jogador em maior destaque, tanto em zonas de finalização como em combinações com os colegas do ataque, e o golo dificilmente poderia ter aparecido a partir de outro nome. Depois de desperdiçar uma oportunidade em que Sporar teve uma simulação brilhante (36′), o avançado ex-Famalicão apareceu ao segundo poste a desviar de cabeça um cruzamento de Pedro Porro na direita que o esloveno deixou passar ao primeiro (45′).

O lance do golo do Sporting foi o último da primeira parte e os leões foram para o intervalo com uma vantagem mais do que merecida — e até magra, tendo em conta o volume ofensivo da equipa e o total desaparecimento do Tondela da partida. E até então, o trio lançado por Rúben Amorim no onze (João Mário, Tiago Tomás e Sporar) ia contribuindo e muito para o total domínio da equipa: 13 remates contra zero, sete remates enquadrados contra zero, 17 ações na área adversária contra uma, 64% de posse de bola contra 36%.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Sporting-Tondela:]

Na segunda parte, a lógica da primeira inverteu-se: se, no primeiro tempo, o Sporting criou diversas oportunidades durante 45 minutos e só marcou no último fôlego, no segundo os leões marcaram logo na primeira jogada de perigo. Novamente pela direita, novamente com um passe inicial de Porro, Sporar recebeu perto da ala e cruzou para a grande área, onde Pedro Gonçalves apareceu a rematar de primeira para bisar, marcar o quinto golo em três jogos no Campeonato e igualar desde já o registo goleador que alcançou durante toda a época passada no Famalicão.

Depois do golo, a equipa de Rúben Amorim voltou a obrigar Pedro Trigueira a diversas intervenções, através de tentativas de Tiago Tomás (59′) e Sporar (60′), e ia sendo o guarda-redes português a evitar a goleada em Alvalade. Do outro lado, na primeira grande aproximação à baliza de Adán, Mario González (que entrou ao intervalo) bateu o guardião espanhol depois de um bom passe de Salvador Agra mas o lance foi anulado por fora de jogo. A pouco mais de 20 minutos do fim, Amorim mexeu pela primeira vez, ao lançar Matheus Nunes e Nuno Santos para refrescar o meio-campo e o ataque, mas foi a partir dessa altura que os leões começaram a cair nos níveis de intensidade e concentração, permitindo mais espaço ao Tondela e recuando no relvado.

De forma natural, contudo, o Sporting acabou por conseguir chegar ao terceiro golo e arrumou desde logo todas as indecisões. Nuno Santos, com a quarta assistência da época, cruzou a partir da esquerda e descobriu Pedro Porro no lado contrário, que com um remate forte e de primeira marcou aquele que foi apenas o segundo golo da carreira (79′). Já nos descontos e já depois da entrada de Jovane, Sporar ainda alcançou o golo que procurou durante todo o jogo, aproveitando um bom passe de João Mário para bater Trigueira à segunda (90+3′).

Os leões conquistaram o resultado mais dilatado da temporada, não sofreram golos em casa pela primeira vez esta época e continuam sem perder. A equipa de Rúben Amorim abriu seis pontos de vantagem para o FC Porto e saltou para a liderança provisória da Primeira Liga, com mais um ponto do que o Benfica, que só joga esta segunda-feira com o Benfica. E, para isso, muito contribuiu Pedro Gonçalves, o Pote de mel que veio trazer açúcar a uma equipa que nos últimos anos só conhece um sabor amargo.

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