Nos dias que anteciparam o jogo desta quarta-feira entre o PSG e o RB Leipzig, as principais notícias giraram à volta das lesões de Mbappé e Neymar, que deixavam o clube francês desprovido daqueles que normalmente são os dois jogadores mais importantes da equipa. Nas últimas horas, porém, o azimute mudou — e todas as notícias passaram a ser sobre o que aconteceu a dez elementos do plantel de Thomas Tuchel na véspera da partida.

Esta terça-feira, na antecâmara da visita ao RB Leipzig e depois de um treino já ao final da tarde, dez jogadores do PSG ficaram presos no elevador do Grand Hotel Handelshof, a unidade hoteleira onde o clube francês ficou hospedado na Alemanha. Di María, Marquinhos, Kimpembe, Paredes, Moise Kean, Gueye, Diallo, Dagba, Fadiga e Ruiz-Atil ficaram retidos durante cerca de 50 minutos até serem libertados pelos bombeiros. O episódio foi retratado e partilhado por Kurzawa, outro jogador do PSG, que filmou vários vídeos que publicou nas redes sociais — e que acabou por apagar minutos depois, já que a presença de dez pessoas no mesmo elevador viola as regras sanitárias para a Covid-19 na Alemanha.

Ainda assim, os vídeos partilhados pelo francês foram resgatados por vários utilizadores das redes sociais, que os republicaram. Num deles, é possível ouvir Kurzawa a perguntar aos colegas se estavam bem. A resposta vinda do elevador, totalmente audível, explicou rapidamente o momento de aflição dos atletas: “Não está nada bem, irmão!”, desabafou um dos dez jogadores que ficaram retidos. Certo é que, ao fim de 50 minutos e com a intervenção dos bombeiros, o susto acabou por passar.

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Na Alemanha, o PSG encontrava o mesmo RB Leipzig que venceu nas meias-finais da Liga dos Campeões da época passada, em Lisboa — e que venceu de forma clara por 3-0. Sem Neymar e sem Mbappé, Tuchel lançava Sarabia e Moise Kean em conjunto com Di María no ataque, apoiados por Marquinhos, Herrera e Gueye no setor intermédio. Danilo Pereira, novamente titular, era também novamente utilizado a central na equipa francesa.

O PSG abriu o marcador muito cedo, através de Di María. Moise Kean forçou o erro de Upamecano e isolou o argentino, que à saída de Gulácsi finalizou com um toque perfeito (6′). O RB Leipzig ficou muito perto de empatar logo de seguida: Keylor Navas respondeu de forma brilhante a um remate de Nkunku que desviou em Herrera e Florenzi, logo de seguida, conseguiu desviar a recarga de Angeliño (8′). Desperdiçada a oportunidade de empatar, os alemães acabaram por oferecer de mão beijada uma ocasião aos franceses, com Upamecano a intercetar com a mão um remate de Kean na grande área — mas acabaram por ver Di María permitir a defesa de Gulácsi depois do penálti e não aproveitar uma enorme possibilidade para aumentar a vantagem (16′).

Desperdiçada a grande penalidade por parte do PSG, o RB Leipzig sentiu que tinha sido aberto um caminho rumo ao empate. Numa primeira parte sem grandes lances de perigo, os alemães acabaram por conseguir chegar à igualdade já em cima do intervalo, por intermédio de Nkunku. A equipa de Julian Nagelsmann desenhou uma jogada bonita à volta da grande área, Angeliño solicitou alguém à entrada da grande área e o avançado francês, com um remate em posição frontal, acabou por bater Navas (41′). No final da primeira parte, registava-se um empate que acabava por ser justo no que toca à eficácia mas que não deixava de apagar um domínio sempre subjetivo por parte do PSG.

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Danilo Pereira voltou a ser titular no PSG — e novamente na posição de defesa central

Na segunda parte, porém, a primeira oportunidade pertenceu ao RB Leipzig, com Forsberg a rematar por cima depois de passar por Danilo (54′). Logo depois, Kimpembe acabou por intercetar um passe delicioso de Angeliño para a grande área e o árbitro da partida, após consultar o VAR, assinalou grande penalidade contra o PSG. Na conversão, ao contrário do que fez Di María na outra baliza, Forsberg bateu Navas, colocou o RB Leipzig a ganhar e confirmou a reviravolta (57′). Nagelsmann reagiu à vantagem com as entradas de Poulsen e Henrichs e a situação tornou-se ainda pior para os franceses minutos depois, com Gueye a ver o segundo cartão amarelo e a deixar o PSG reduzido a dez elementos a perder e a 20 minutos do final do jogo.

Até ao fim, Tuchel ainda lançou Bakker, Kehrer e Rafinha mas foram mesmo os alemães a ficar mais perto de voltar a marcar, com Nkunku a rematar ao lado depois de um indecisão na sequência de um livre (82′). Antes do apito final, o PSG ficou mesmo reduzido a nove elementos, já que Kimpembe também viu o segundo amarelo ao parar um contra-ataque perigoso. Os vice-campeões europeus acabaram por sair derrotados da Alemanha, numa noite totalmente desastrosa — desde o penálti desperdiçado às duas expulsões — e estão agora no terceiro lugar do Grupo H, atrás de Manchester United e RB Leipzig e fora da zona de apuramento para os oitavos de final.