Chegou ao Manchester City como alternativa a Kyle Walker na lateral direita, tornou-se lateral esquerdo mesmo havendo outras opções de raiz, foi testado já na presente temporada como médio interior e logo frente ao Arsenal. João Cancelo teve algumas dificuldades para se impor no conjunto de Pep Guardiola, chegou a ser alvo de alguns “recados” do espanhol mas conquistou o seu espaço e tornou-se outro jogador. Mais versátil, mais completo, mais capaz de esticar influência ao jogo ofensivo. No entanto, e tendo em conta também o encontro frente ao Liverpool no próximo domingo, o técnico preferiu resguardar algumas unidades, entre os quais os três portugueses com João Cancelo e Bernardo Silva e Rúben Dias de fora das opções para um encontro “mais difícil do que se pensava”.

“É difícil mas as pessoas não acreditam. Esqueçam o que dizem as pessoas. Com a pandemia a situação ainda é mais incerta com todos os clubes. Não importa onde jogas, tens sempre de jogar bem para vencer e em casa também. É uma competição traiçoeira e é por isso que estou muito contente com o que já conseguimos fazer até agora. Não podemos perder esta oportunidade de ficar numa posição em que um pequeno passo chega para nos deixar entre as 16 melhores equipas da Europa. As pessoas dizem que é fácil, mas tudo pode acontecer. O FC Porto tem de vencer todas as semanas, o Olympiakos é igual. Quando tens esta mentalidade, passa para as competições europeias também. Por isso é que é sempre difícil”, comentou o treinador espanhol.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Tem sido um hábito o sucesso contra equipas inglesas, à exceção do Wolverhampton até temos tido felicidade e espero que a regra se volte a confirmar. Vamos ter um jogo difícil? Vamos. Com uma excelente equipa? Sim. Mas não há equipas infalíveis, há momentos em que também tem dificuldades e aspetos que podemos explorar”, disse Pedro Martins, que colocou o Manchester City como “a equipa mais forte do grupo”: “No Porto tivemos mais posse, mais oportunidades, mais cantos mas não materializámos o que fizemos. Aqui vamos ter de estar mais pacientes em alguns momentos sem bola e precisamos de coragem com bola para construir os nossos momentos”.

Aquilo que o técnico português não queria foi aquilo que aconteceu logo a abrir: com linhas demasiado recuadas, sem capacidade de sair com qualidade em posse e demasiado estática perante a mobilidade ofensiva do Manchester City, o Olympiacos sofreu muitos desde os minutos iniciais e ficou em desvantagem ainda no primeiro quarto de hora, numa jogada ao primeiro toque que teve Kevin de Bruyne a assistir Ferran Torrres na área para o 1-0 (12′). No quarto de hora inicial, a diferença de passes era de 120-29 e os ingleses conseguiam 76% de posse, algo que se continuaria a adensar até ao intervalo com um golo anulado a Sterling pelo meio entre várias oportunidades que foram sendo criadas perante um conjunto grego demasiado retraído no seu meio-campo.

No segundo tempo, e mesmo mantendo o controlo do encontro, o Manchester City sentiu mais dificuldades, houve mais Olympiacos em termos ofensivos também por influência da entrada de Bruma e os minutos foram passando sem que os ingleses conseguissem fechar as contas, o que dava margem de esperança aos gregos para alcançarem pelo menos um empate, algo que caiu por terra com dois golos nos minutos finais por jogadores saídos do banco: Gabriel Jesus, numa grande jogada individual com remate ao ângulo da baliza de José Sá, aumentou para 2-0 aos 81′ e o português João Cancelo fechou as contas aos 90′ com um tiro em arco de pé esquerdo fora da área. Depois de um grande jogo frente ao Sheffield United, o lateral entrou e marcou oito minutos depois.