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As histórias das quatro decisões eleitorais mais demoradas dos Estados Unidos

Este artigo tem mais de 3 anos

Mesmo que a contagem dos votos demore até ao final da semana, as eleições de 2020 estão longe de bater recordes nos Estados Unidos. Já foram precisos meses para se encontrar um presidente.

Há 20 anos, os EUA também viviam uma longa espera por um presidente. Aqui, o juiz Robert Rosenberg usa uma lupa para recontar votos em Broward, Florida
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Há 20 anos, os EUA também viviam uma longa espera por um presidente. Aqui, o juiz Robert Rosenberg usa uma lupa para recontar votos em Broward, Florida

Getty Images

Há 20 anos, os EUA também viviam uma longa espera por um presidente. Aqui, o juiz Robert Rosenberg usa uma lupa para recontar votos em Broward, Florida

Getty Images

Mais de 24 horas depois do encerramento das urnas nos Estados Unidos, continua a busca pelo próximo presidente norte-americano. Mesmo com os votos presenciais todos registados, adivinha-se uma semana longa na contagem dos votos postais. A corrida à Casa Branca continua renhida mas, pelo menos por enquanto, está longe de ser o processo eleitoral mais longo da história dos Estados Unidos.

O caso de 1800

Em 1800, demorou muito até Thomas Jefferson se ter tornado presidente dos Estados Unidos. O autor principal da Declaração da Independência, que era democrata-republicano, empatou com Aaron Burr, da mesma cor política.

Thomas Jefferson retratado por Rembrandt Peale em 1800. Óleo sobre tela.

Corbis via Getty Images

Era um impasse porque, à época, o candidato mais votado no Colégio Eleitoral seria presidente e o segundo lugar herdaria a vice-presidência. Em caso de empate, era a Câmara dos Representantes, com uma votação dos parlamentares por estado, que decidia o destino do país.

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Foram precisas 36 votações na Câmara dos Representantes para Thomas Jefferson se tornar o terceiro presidente dos Estados Unidos. Foi tão penoso que se criou uma emenda para se escolher o presidente e o vice-presidente em votações independentes.

O caso de 1824

Mas essa solução não bastou em 1824, quando a Câmara dos Representantes teve de intervir novamente. Nem o secretário de Estado John Quincy Adams, o presidente da Câmara Henry Clay, o secretário do Tesouro William Crawford ou o senador pelo Tennessee Andrew Jackson conseguiram a maioria necessária para ficar com o cargo.

Andrew Jackson fotografado em 1844/1845 por Edward Anthony.

Universal Images Group via Getty

Henry Clay acabou por ser eliminado da corrida por causa dos termos da emenda criada em 1800. Mas continuou em campanha: terá convencido o Congresso a escolher John Quincy Adams em vez de Andrew Jackson; para logo a seguir se ter tornado secretário de Estado do presidente — um cargo que, à época, era visto como uma catapulta para a liderança do país.

O plano não caiu bem aos apoiantes de Andrew Jackson, que passaram os quatro anos seguintes em campanha contra o secretário de Estado e o presidente. Em 1828, Andrew Jackson chegava finalmente à presidência.

O caso de 1876

Em 1876, a demora repetiu-se. Depois da confusão de 1824, a política norte-americana dividiu-se em duas frentes mais definidas: democratas de um lado, republicanos do outro. Mas 50 anos depois, as duas forças viviam em maior oposição do que nunca: os republicanos estavam mais sensibilizados para os direitos civis que os democratas.

Rutherford B. Hayes em pose napoleónica.

Bettmann Archive

Mais de 80% dos eleitores votaram naquele ano, mas debaixo de um clima de intimidação. Por um lado, os republicanos, sobretudo negros, espalhavam o receio nos estados mais clivados. Por outro lado, os grupos paramilitares apoiados pelos democratas levavam a cabo um plano para garantir que cada um “controlava o voto de pelo menos um negro, por intimidação, compra, mantendo-o afastado ou como cada indivíduo pode determinar”. Para alguns, foi a morte ou a violência extrema.

Samuel J. Tilden, o democrata, ganhou o voto popular. Mas a intensidade das campanhas de intimidação pelos democratas levaram os republicanos a colocar em causa a legitimidade de 20 votos eleitorais. Por isso, o Congresso criou uma comissão bipartidária com membros da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal. Ao fim de quatro meses, a comissão chegou a um acordo privado e declarou Rutherford B. Hayes, o candidato republicano, presidente.

E Samuel J. Tilden? Também ganhou com o acordo: as tropas republicanas retiraram-se dos estados do Sul e, por lá, os direitos civis continuaram a ser constantemente violados.

O caso de 2000

A última vez que a demora na obtenção de resultados eleitorais tinha acontecido foi em 2000, com George W. Bush e Al Gore na corrida. Gore, democrata, tinha vencido o voto popular por 500 mil votos, mas os resultados na Florida estavam demasiado renhidos para apontar um vencedor naquele estado.

O juiz Robert Rosenberg usa uma lupa para recontar votos em Broward.

Getty Images

Quando o resultado recaiu sobre George W. Bush, a campanha de Al Gore enviou uma equipa para a Florida e pediu uma recontagem dos votos. As eleições tinham ocorrido a 7 de novembro, mas a recontagem estendeu-se até 26 de novembro.

É que, em Broward, Miami Dade, Palm Beach e Volusia, Al Gore pediu uma recontagem manual. E é aqui que a polémica começa: as máquinas de perfuração usadas em Palm Beach para contar os votos não marcaram bem os boletins. Florida anunciou ser de Bush, mas Gore reclamou que milhares de votos tinham ficado por contar.

A 8 de dezembro, o Supremo Tribunal da Florida decidiu a favor do candidato democrata, ordenando a recontagem manual de mais de 45 mil boletins. Quatro dias depois, o Supremo Tribunal dos Estados Unidos interrompeu esse processo e, pela primeira vez na história americana, toma uma decisão nas eleições: Bush era o presidente porque o prazo para recontagem manual dos votos já se tinha esgotado.

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