Um navio cargueiro com pavilhão de Vanuatu que transporta aço está à deriva desde a madrugada desta quinta-feira ao largo da costa portuguesa, após um alerta de entrada abrupta de água na casa das máquinas, disse à Lusa fonte da Marinha.

A mesma fonte acrescentou que os 14 tripulantes (sete turcos e sete georgianos) do acidentado Southwester foram recolhidos da balsa em que já se encontravam em meia-hora por outro navio mercante que estava por perto, o EM Hydra (pavilhão da Libéria).

O Centro do Serviço de Busca e Salvamento Marítimo de Lisboa coordenou as operações, após ter recebido o primeiro alerta, pelas 00h36.

A tripulação chegou ao porto de Leixões pelas 10h30, foi observada e encaminhada — inclusivamente testada para despistar Covid-19 — e vai agora prestar declarações à Polícia Marítima para se perceber o que se passou. O navio, aparentemente, ainda está a flutuar porque ainda emite o sinal de posicionamento”, explicou a fonte da Marinha.

A mesma fonte afirmou que, não existindo vítimas nem carga perigosa, a Armada portuguesa empenhou a fragata Álvares Cabral, com mergulhadores a bordo, prevendo-se o contacto direto com o Southwester para as 18h, a fim de “averiguar a situação e agir em conformidade”.

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O cargueiro de Vanuatu, acidentado 40 milhas náuticas (74 quilómetros) ao largo da Figueira da Foz, dirige-se agora para sudoeste, ou seja, afastando-se da costa continental portuguesa, devido às correntes marítimas.

A Marinha contactou a Força Aérea e está a ser ponderado o recurso a um meio aéreo, provavelmente um helicóptero, para recolher imagens e outras informações junto do Southwester.

Este navio mercante foi construído há 22 anos, tem 100 metros de comprimento e 16 de largura, podendo transportar até 5.400 toneladas. Dirigia-se do porto francês de Nantes (Montoir) para o porto espanhol de Sevilha.

O porto da Figueira da Foz está há 10 meses sem o salva-vidas de grande capacidade do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN) Patrão Macatrão, utilizado principalmente em salvamentos a longa distância. Em declarações à Lusa, em agosto, o capitão João Lourenço manifestou-se preocupado com a situação de inoperacionalidade daquela embarcação, revelando que a mesma saiu de serviço em dezembro de 2019, devido a uma hélice partida.