O Teatro Politeama, em Lisboa, anunciou esta quinta-feira ter adiado a estreia da nova produção de Filipe La Féria, “Espero por ti no Politeama”, alegando que, sem público ou apoio do Estado, não lhe resta se não “fechar por tempo indeterminado”.

Num comunicado assinado pelo responsável do teatro, o encenador e produtor Filipe La Féria alega que este espetáculo, com estreia prevista para o próximo dia 18 e já em fase final de ensaios, mobiliza uma equipa de 75 pessoas que, “por tempo indeterminado”, se vê impossibilitada de exercer a profissão.

“Espetáculos com esta dimensão só podem ser viáveis com a presença do público ou, na sua ausência, pelo apoio do Estado”, sublinha a nota assinada por Filipe La Féria, alegando que, se estes dois fatores não forem concretizados, “a única hipótese é o fecho temporário do Teatro Politeama, que sempre sobreviveu apenas pela vontade do seu público”.

Com o agravamento da pandemia, o Teatro Politeama, como todos os teatros privados, não recebeu qualquer apoio do Estado, muito embora todo o esforço feito no sentido de adaptação a todas as normas e regras de segurança, acrescenta o comunicado.

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“Em nome de todos os colaboradores”, o empresário conclui, lançando um apelo ao “público e aos órgãos de soberania”, no sentido de não permitirem que “o pano baixe para sempre no teatro Politeama”.

O Politeama é o segundo teatro privado a adiar espetáculos, depois de, na quarta-feira, o Teatro Maria Vitória ter anunciado a suspensão da revista que tinha em cartaz, “Pare, escute e… ria!”, e de também reinvindicar apoios do Estado.

Na altura, o gabinete da ministra da Cultura, questionado pela Lusa, respondeu que, “como já foi anunciado, o Governo irá aprovar um conjunto de medidas de apoio a vários setores de atividade, onde se incluem, naturalmente, as entidades culturais”.