Um milhão de euros. É quanto a família de Ihor Homenyuk, o cidadão ucraniano que morreu a 12 de março nas instalações do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), no aeroporto de Lisboa, pediu por danos não patrimoniais ao Estado, ao SEF e aos três inspetores constituídos arguidos pelo crime de homicídio. A notícia é avançada pelo Público esta sexta-feira.

“Isto aqui é para ninguém ver”. As 56 horas que levaram à morte de um ucraniano no aeroporto de Lisboa

O advogado José Gaspar Schwalbach, que representa a família em Portugal, justificou o valor com a “dor profunda e uma mágoa irrecuperável” e mencionou as dificuldades económicas por que os dois filhos, menores, vão passar, dado que o pai era “o principal sustento da família”. No pedido de indemnização, a família alega que a detenção de Ihor foi ilegal e garante que o cidadão ucraniano estava de visita a Portugal e não a trabalhar, daí não ter visto. Aponta ainda que Ihor foi inquirido sem a presença de um advogado ou de um intérprete que falasse a sua língua materna.

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Num relatório sobre o caso, a Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) já tinha criticado “a postura generalizada de desinteresse pela condição humana” demonstrada por seguranças, inspetores e enfermeiros. Foram abertos inquéritos disciplinares a 12 inspetores do SEF.

Já os inspetores que são arguidos não deverão pedir a abertura de instrução do processo, segundo o Público.

IGAI implica 12 inspetores do SEF, seguranças e até o enfermeiro na morte de Ihor Homenyuk