A Câmara Municipal do Porto isentou os clubes e associações da cidade do pagamento pela utilização de equipamentos desportivos municipais, uma “medida extraordinária” avaliada em 50 mil euros que vigorará “pelo menos até final do ano”.

Em comunicado divulgado este sábado, a autarquia adianta que a isenção — aplicada “no imediato” em 12 equipamentos da rede municipal de pavilhões e grandes campos — será “reavaliada” no final de 2020, “em função da evolução da pandemia”, e vai abranger 25 clubes da cidade e um total de 11 modalidades.

“Consciente das dificuldades que os clubes desportivos locais atravessam neste período de pandemia, o Município do Porto decidiu isentar de taxas todos os clubes e associações que utilizam os equipamentos desportivos municipais”, justifica o executivo liderado por Rui Moreira.

Esta isenção era reclamada pela CDU que, conforme a agência Lusa noticiou na sexta-feira, ia levar à próxima reunião do executivo municipal uma proposta para que a empresa municipal de cultura e desporto da Câmara do Porto isentasse as associações e clubes desportivos do pagamento da utilização de espaços públicos e assumisse o valor das inscrições dos clubes e seus atletas.

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Na proposta, a CDU refere que as “poucas coletividades e associações populares” que ainda continuam a praticar desporto enfrentam inúmeras dificuldades, seja por falta de espaços, de apoios técnicos e de transportes, seja pelas dificuldades financeiras que enfrentam para inscreverem os seus atletas na Associação de Futebol do Porto ou outras similares.

No comunicado divulgado este sábado, o Município do Porto diz que “continuará a comparticipar, de forma integral, a inscrição dos atletas dos escalões de formação dos clubes da cidade”, recordando que, ao abrigo destes contratos-programa, foram abrangidos 37 clubes e um total de 4.873 atletas, num investimento que ultrapassou os 102 mil euros em 2019″.

Ainda assumida pela autarquia continuará a ser “a totalidade [d]os custos com a realização dos exames médico-desportivos obrigatórios”, apoio do qual usufruem anualmente, em média, “mais de 1.000 atletas dos escalões de formação”.

De acordo com o executivo de Rui Moreira, a isenção do pagamento de taxas pela utilização dos equipamentos desportivos municipais irá beneficiar um total de 25 clubes, entre os quais o Académico Futebol Clube, Centro de Atletismo do Porto, Clube Desportivo de Portugal, Escola de Rugby do Porto, Grupo Desportivo do Viso, Núcleo Desportivo do Bairro do Bom Pastor, Ramaldense Futebol Clube e Sport Comércio e Salgueiros.

A medida vai abranger 11 modalidades (atletismo, badminton, basquetebol, futebol, futsal, karaté, kendo, kickboxing, rugby e voleibol) e estender-se a 12 equipamentos da rede desportiva municipal, nomeadamente os pavilhões Fontes Pereira de Melo, Irene Lisboa, Lagarteiro, Leonardo Coimbra, Nicolau Nasoni, Pêro Vaz de Caminho e Viso, o Parque Desportivo de Ramalde, o Polidesportivo dos Choupos, o Campo Sintético do Viso, o Campo da FADEUP (Faculdade de Desporto da Universidade do Porto) e o Estádio Universitário do Porto, precisa.

“Perante todas as adversidades provocadas pela pandemia, esta é mais uma forma do Município do Porto apoiar o desporto e incentivar os clubes e associações locais a não pararem e a não desistirem da sua atividade”, refere a vereadora responsável pelo Pelouro da Juventude e Desporto da Câmara do Porto, citada no comunicado.

Segundo destaca Catarina Araújo, “as coletividades desportivas têm um papel fundamental, porque geram sinergias em todas as áreas da sociedade, envolvendo milhares de crianças e jovens”: “Não podemos deixar que o desporto pare, até porque os danos, por exemplo ao nível da saúde física e mental, seriam irreversíveis”, remata.