A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) considera que a ministra da Saúde omitiu dados sobre a contração de profissionais para o Serviço Nacional de Saúde, na discussão do Orçamento do Estado, e que as vagas não foram todas preenchidas.

Em comunicado divulgado este sábado, a FNAM refere que Marta Temido afirmou que foram contratados 287 médicos de família para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), tendo, “omitido quantos mais poderiam ter sido contratados no último procedimento concursal”.

Segundo a estrutura sindical, “houve 435 vagas a concurso, ou seja, mais 50% que os médicos que acabaram por ser colocados”, e, caso fossem preenchidas, permitiria que mais de 230 mil utentes estivessem, neste momento, médico de família.

“Trata-se de um resultado que só pode ser qualificado como uma desilusão. Ficam também por referir as centenas de médicos de família que se reformam em 2020, que provavelmente colocam o balanço anual em terreno negativo”, refere a FNAM, acrescentando que “aventar números de forma avulsa e descontextualizada não é sério”.

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A Federação defende um investimento direto em condições de trabalho adequadas para os médicos do SNS, sob pena de se continuar a assistir a uma “lamentável perda de profissionais, formados no SNS e altamente qualificados”.

A ministra da Saúde disse, no parlamento, na quinta-feira que a contratação de 287 especialistas de medicina geral e familiar vai permitir que mais 341 mil portugueses passem a ter médico de família.

Marta Temido lembrou que o orçamento do SNS aumenta 1.210 milhões de euros face ao planeamento inicial de 2020.