A Plataforma Cívica “Aeroporto BA6-Montijo Não!” exigiu este sábado ao Governo a prorrogação da Declaração de Impacte Ambiental do Novo Aeroporto de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete, solução que considera a mais ajustada à evolução o tráfego aeroportuário.

“O que se espera e exige do senhor ministro Pedro Nuno Santos e do Governo é que sejam, desde já, tomadas medidas para prorrogar a validade da Declaração de Impacte Ambiental (DIA) do Novo Aeroporto de Lisboa (NAL) no Campo de Tiro de Alcochete”, afirmou a plataforma num comunicado em que desafia o governante a ser coerente entre as suas “afirmações e a prática”.

A posição do movimento cívico surge em reação às declarações do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, que na quarta-feira, durante a discussão do Orçamento do Estado (OE) para 2021, disse que a crise causada pela pandemia veio dar ao Governo tempo para ponderar sobre a possibilidade de uma avaliação ambiental estratégica sobre o novo aeroporto do Montijo.

Para a Plataforma Cívica trata-se de “um reconhecimento, ainda que implícito” do que o movimento tem vindo a defender, e que “abre uma janela de oportunidade de parar a má opção pela construção de um Aeroporto Complementar no Montijo”.

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Com uma DIA em vigor até dezembro deste ano, depois de publicada a 09 de dezembro de 2010 “e sucessivamente prorrogada pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA)”, a hipótese de construção do NAL no Campo de Tiro de Alcochete volta a ser defendida pela plataforma como “a solução que melhor se ajusta às perspetivas, incertas, de evolução da aviação e do tráfego aeroportuário”.

“Mesmo em face de uma suposta urgência e não exigindo no imediato o encerramento da operação na Portela, o NAL levaria o mesmo tempo a construir que o designado Aeroporto Complementar do Montijo”, refere o comunicado em que o movimento defende também que a solução Alcochete” não resultaria mais cara”.

Em contrapartida, acrescenta, “dotaria Portugal de uma verdadeira solução mais para as próximas décadas, mais amiga do ambiente e mais consentânea com o tão necessário desígnio de combate às alterações climáticas”, em contraponto aos “riscos ambientais e para a avifauna identificados para a solução na BA6 (Montijo)”.

A abertura do Governo para uma avaliação ambiental estratégica sobre o novo aeroporto do Montijo foi na última semana encarada com satisfação pelos autarcas da Moita e do Seixal e por associações ambientalistas como a Quercus e Zero.

Em 08 de janeiro de 2019, a ANA e o Estado assinaram o acordo para a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, com um investimento de 1,15 mil milhões de euros até 2028 para aumentar o atual aeroporto de Lisboa e transformar a base aérea do Montijo num novo aeroporto.