As exibições em crescendo de Daniel Podence, a boa entrada na equipa de Nelson Semedo, a regularidade de João Moutinho e Rúben Neves no meio-campo em dupla ou com Dendoncker, as jogadas que valeram a Pedro Neto a primeira chamada à Seleção principal. Que o Wolverhampton é a grande armada portuguesa nas principais ligas europeias, ninguém tem dúvida – e até o treinador, Nuno Espírito Santo, não foge à regra. No entanto, há um representante que muitas vezes passa ao lado e que funciona como um dos principais pilares dos lobos na Premier. Mais uma vez, foi ele o destaque. A diferença é que, em vez de segurar a vitória, só evitou uma derrota maior.

Naquela que era a melhor série esta temporada, depois de derrotas com Manchester City e West Ham, os Wolves somaram três vitórias e um empate que colocaram a equipa na primeira metade da tabela classificativa e só com um golo sofrido, na igualdade em Newcastle. Nos restantes encontros, a equipa não marcou muito mas também nunca sofreu (1-0 Fulham, 1-0 Leeds United, 2-0 Crystal Palace). E Rui Patrício, que continua a jogar com o ’11’ habitualmente entregue aos avançados porque o 1 continua sem dono desde que Carl Ikeme foi diagnosticado com leucemia e teve de deixar o futebol, assumiu-se como peça importante no percurso. Seguia-se o Leicester.

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Depois da goleada frente ao Sp. Braga na Liga Europa, num jogo onde Brendan Rodgers conseguiu descansar alguns titulares, os foxes partiam com o favoritismo de quem poderia até terminar a jornada na liderança caso o Liverpool não passasse no duelo em Manchester com o City e beneficiaram de alguns erros individuais da defesa do Wolverhampton para visarem a baliza de Patrício, a começar na grande penalidade cometida por Kilman e bem marcada por Jamie Vardy que inaugurou o marcador (15′). E não ficou por aí: em mais um lance perfeitamente evitável, Aït-Nouri cometeu mais um penálti mas desta vez Rui Patrício levou a melhor (39′).

Desde que chegou a Inglaterra, o internacional português defendeu quatro em 11 grandes penalidades. Nos jogos mais recentes, travou três em seis – o equivalente a 50%, uma percentagem “anormal” de eficácia para um guarda-redes. E foi esse momento mais uma intervenção apertada a novo remate de Vardy na segunda parte, que Patrício desviou para canto, que permitiu ao Wolverhampton manter-se “vivo” no encontro, fazendo o primeiro remate enquadrado por Pedro Neto (55′) e tendo depois algumas boas oportunidades sem sucesso até ao final do jogo para chegar ao empate, incluindo uma defesa extraordinária de Kasper Schmeichel a remate de Rúben Neves.