O presidente da Câmara de Vila Nova de Famalicão, Paulo Cunha, decretou esta segunda-feira dia de luto municipal pela morte de Artur Cruzeiro Seixas, sublinhando tratar-se de um “artista único cuja obra vai permanecer viva” no concelho.

“Partiu um amigo de Famalicão. Um artista único cuja obra vai permanecer viva em Famalicão. O município estar-lhe-á eternamente agradecido pela projeção cultural e artística que trouxe a Vila Nova de Famalicão”, afirmou Paulo Cunha, citado num comunicado municipal.

O comunicado sublinha que Cruzeiro Seixas é “um dos nomes mais importantes” do movimento surrealista em Portugal, estando a sua obra representada no Centro de Estudos do Surrealismo da Fundação Cupertino de Miranda, em Famalicão.

Cruzeiro Seixas morreu no domingo no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, aos 99 anos, revelou a Fundação Cupertino de Miranda.

Em 2013, foi homenageado pelo município famalicense com a atribuição do seu nome a uma das principais ruas de acesso ao Parque da Devesa, em Vila Nova de Famalicão.

Dois anos mais tarde, foi agraciado com a medalha de honra do município de Vila Nova de Famalicão, na sessão solene comemorativa do Dia da Cidade.

Cruzeiro Seixas é autor de um vasto trabalho no campo do desenho e pintura, mas também na poesia, escultura e objetos/escultura.

Esteve ligado, desde os seus inícios, ao grupo “Os surrealistas”, ao lado de António Maria Lisboa, Mário Cesariny, Mário Henrique Leiria e Pedro Oom, entre outros.

Em 1999, doou a totalidade da sua coleção à Fundação Cupertino de Miranda, de Vila Nova de Famalicão.

A sua obra encontra-se representada em diversas coleções privadas e em instituições como o Museu do Chiado (Lisboa), Centro de Arte Moderna da Fundação Caloust Gulbenkian, Biblioteca Nacional, Biblioteca de Tomar, Fundação Cupertino de Miranda (Famalicão), Museu Machado de Castro (Coimbra), Fundação António Prates (Ponte de Sor), Fundación Eugenio Granell (Galiza) ou o Museu de Castelo Branco.

Em outubro, tinha sido distinguido com a Medalha de Mérito Cultural, pelo “contributo incontestável para a cultura portuguesa”, ombreando, com Mário Cesariny, Carlos Calvet e António Maria Lisboa, como um dos nomes mais relevantes e importantes do Surrealismo em Portugal, desde finais dos anos 1940.

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