A jovem Cupra é uma marca de veículos que alia elementos racionais e virados para a família, com doses de emoção e espírito desportivo, uma mecânica potente e um chassi eficaz. Agora introduz no mercado português dois dos seus modelos mais representativos, o Cupra Formentor e o Cupra Leon eHybrid, o híbrido plug-in (PHEV), ambos com potências elevadas mas atitudes muito diferentes.

Entre as duas novidades, o destaque vai para o Formentor, o primeiro modelo concebido de raiz para a marca desportiva do Grupo Seat que, tal como ela, está integrada na Volkswagen AG. O Cupra Formentor é um SUV ligeiramente mais baixo do que o habitual, para lhe conferir um aspecto mais dinâmico e desportivo, mas baixando-lhe simultaneamente o centro de gravidade, o que faz maravilhas à eficácia do comportamento.

Já o Cupra Leon está disponível com carroçaria de cinco portas e carrinha Sportstourer, sendo que esta última se impõe pela imensa bagageira, com 620 litros de capacidade, ainda antes de começar a rebater os bancos da segunda fila. Mas a versão mais interessante deste modelo, especialmente para as empresas, é a híbrida plug-in, que concilia potência elevada com consumos e emissões baixos, mantendo grandes vantagens fiscais.

Formentor VZ: desportivo com ar de SUV e 310 cv

O Cupra Formentor – a denominação tem origem num conhecido cabo da ilha de Maiorca, Espanha – entra no mercado nacional com o motor 1.5 TSI a gasolina com 150 cv, proposto por 31.990€, para depois surgir o 2.0 TDI a gasóleo com a mesma potência (e um preço de 32.000€) e o 2.0 TSI com 190 cv, estando agendadas igualmente duas versões PHEV, com 204 e 245 cv (por 40.000€). Mas todos estes motores apenas estarão disponíveis a partir do final de 2020.

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Contudo, a primeira versão a chegar ao mercado é precisamente o que de melhor o Formentor tem para oferecer: a versão mais desportiva, denominada VZ (de Veloz, em espanhol), equipada com o 2.0 TSI com 310 cv, caixa de dupla embraiagem DSG e sistema de tracção integral 4Drive. E foi exactamente este Cupra Formentor que tivemos a oportunidade de conduzir, de Lisboa rumo à Comporta.

O Formentor é obviamente um SUV, ou no mínimo um CUV (Coupe Utility Vehicle), pois lá está a maior altura, os guarda-lamas com protecções e alargados, para lhe reforçar o ar agressivo, típico dos veículos concebidos para estarem mais à vontade a lidar com incursões por fora de estrada. A estética transmite a sensação de robustez que os fãs dos SUV tanto apreciam, mas o novo Cupra assume-se como uma proposta mais ágil do que o Cupra Ateca, ao ser 8,8 cm mais baixo. Isto assegura-lhe um centro de gravidade mais favorável e, por tabela, um comportamento mais eficaz.

Uma vez a bordo, salta à vista o volante desportivo, com dois generosos botões próximos do centro, um para colocar o motor em funcionamento e desligar, e o segundo para escolher um dos modos de condução disponíveis, entre o ideal para favorecer o conforto, o comportamento em condução mais agressiva ou, pura e simplesmente, incrementar a tracção em zonas mais degradadas ou escorregadias. Os materiais cativam, tal como o design interior, com os dois generosos ecrãs – um como painel de instrumentos e o segundo como ecrã central – a garantirem um grafismo agradável e um fácil acesso à informação.

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Mas o principal argumento deste Formentor VZ 2.0 TSI é a sua mecânica, a começar pelo motor de quatro cilindros sobrealimentado, capaz de fornecer 310 cv. Para o explorar de forma conveniente, está associado a uma caixa automática de dupla embraiagem, com 7 velocidades, que depois distribui a potência pelos dois eixos graças ao sistema 4Drive.

Com 310 cv e apenas 1644 kg, o Formentor VZ equipara-se a um BMW X5 M com 452 cv, em matéria de relação peso/potência, o que explica a agilidade que se sente quanto esmagamos o pedal do acelerador. Especialmente no modo de condução mais desportivo, onde a resposta ao acelerador é mais rápida e até a sonoridade é mais rouca e emotiva. A Cupra anuncia que o modelo atinge 250 km/h de velocidade máxima, mas não antes de alcançar a fasquia dos 100 km/h ao fim de somente 4,9 segundos – um valor muito interessante para um SUV com um preço de 47.000€.

Chegadas as curvas, o Cupra Formentor começou a exibir as vantagens inerentes ao seu estatuto de CUV, nitidamente um SUV mais desportivo. O andamento é vivo, quase de faltar o ar, mas sem esforço ou sustos, pois as quatro rodas motrizes do 4Drive asseguram que não há perdas de aderência, para depois os travões da Brembo garantirem a probabilidade de parar em segurança em caso de abuso. Sempre com consumos em redor dos 8 l/100 km, quando adoptávamos uma toada mais civilizada.

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Depois da emoção, a poupança do Cupra Leon PHEV

Na gama da Cupra, composta pelo Formentor, Ateca e Leon, é bem possível que um número significativo dos clientes revele preferência pelo Leon PHEV, que a marca espanhola denomina eHybrid, com a versão híbrida plug-in da Cupra a estar disponível com duas especificações técnicas, o que lhe permite oferecer 204 cv e 245 cv.

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O motor é sempre o mesmo, o 1.4 TSI sobrealimentado a funcionar segundo o ciclo Miller, talhado para perseguir os menores consumos possíveis e que fornece 150 cv e um binário de 250 Nm. Associado ao motor principal a gasolina surge um motor eléctrico, com 102 cv na versão de 204 cv e 116 cv no Leon PHEV mais potente, que atinge 245 cv, ambos com 330 Nm de força e alimentados por uma bateria com uma capacidade de 13 kWh. Esta permite circular em modo 100% eléctrico durante 62 km no Leon eHybrid menos potente e 52 km naquele em que os dois motores totalizam 245 cv.

A versão do Cupra Leon Sportstourer eHybrid (esta mecânica também está disponível com a carroçaria berlina de cinco portas) colocada à nossa disposição foi a mais potente e, apesar de não termos tido a oportunidade de a conduzir em cidade, em estrada e a circular a 90 km/h, a carrinha percorreu facilmente 40 km alimentada apenas pela bateria. De seguida, com a bateria já muito em baixo e em modo híbrido, o Leon, mais apoiado no motor de combustão, rodou em médias de 3,6 l/100 km, um valor difícil de atingir até para um motor turbodiesel pequeno, como que a provar que os utilizadores dos PHEV podem retirar grandes vantagens deste tipo de mecânica, em termos de consumos e emissões, caso recarreguem o acumulador sempre que possível.

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Quando deixámos de estar entretidos com os consumos, tentámos divertir-nos com os 245 cv que os dois motores debitam em conjunto e o resultado não deixou de ser aliciante. Especialmente se tivermos em conta que, para empresas, os 40.000€ rapidamente caem para cerca de 32 mil, devido à possibilidade de recuperar o IVA, vantagem a que urge somar os restantes incentivos estatais concedidos a esta classe de modelos.