O Japão proclamou finalmente no passado domingo o Príncipe Herdeiro Akishino como o primeiro na linha de sucessão do trono japonês, na última de um conjunto de celebrações após a entronização do Imperador Naruhito, em outubro, avança a Reuters. Os festejos estavam originalmente marcados para abril, mas foram adiados devido à pandemia de Covid-19 e só contaram com 46 pessoas em vez de 350 e todas usaram máscara.

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O Imperador Naruhito foi entronizado em outubro e agora foi a vez do irmão mais novo, de 54 anos, ser oficializado sucessor na cerimónia em que vestia o tradicional kimono da cor do açafrão ao receber a espada de guardião . “Eu tenho uma profunda responsabilidade pela Coroa de Príncipe e irei cumprir os meus deveres”, disse o Príncipe Herdeiro Akishino em declarações à televisão NHK.

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De acordo com a lei japonesa, apenas os homens com mais de 18 anos podem herdar o trono. Assim sendo, a única filha do Imperador Naruhito, a Princesa Aiko, que completa 19 anos em dezembro, nunca esteve na linha de sucessão para suceder ao pai. Esta regra tem reduzido os possíveis sucessores e muitos interrogam-se pelo futuro da dinastia a longo prazo. Só há mais duas hipóteses: o filho do Príncipe Herdeiro Akishino — o Princípe Hisahito, que ainda tem 14 anos e o irmão mais novo do Imperador emérito Akihito, o Príncipe Masahito, que conta com 84 anos.

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Algumas vozes têm-se insurgido contra a lei de sucessão do Japão. Uma pesquisa citada pela Reuters apurou que os japoneses aprovam que as mulheres na linha do trono possam manter o seu estatuto imperial depois do casamento, transferindo-o para os seus filhos, algo que não é permitido atualmente.

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Recorde-se que após três décadas como Imperador do Japão, Akihito, pai do Imperador e do Príncipe Herdeiro, abdicou do trono, pela primeira vez em mais de duas décadas, devido a problemas de saúde, que não lhe permitiam desempenhar as funções devidamente.

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Após a derrota do Japão na II Guerra Mundial, o novo papel do imperador ficou muito limitado, praticamente com valor simbólico. É o imperador que nomeia o primeiro-ministro, mas estritamente de acordo com a decisão do Parlamento.