O presidente do Governo da Madeira assegurou esta quarta-feira não existirem casos de transmissão comunitária de Covid-19 na região, considerando que o regresso dos cerca de 4.000 estudantes no Natal será a “situação de maior perigo” nas próximas semanas.

“Não há transmissão comunitária. Neste momento, não temos nenhum caso”, declarou Miguel Albuquerque.

O governante falava à margem de uma visita que efetuou à escola da freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, onde foram efetuadas obras que incluíram, entre outras, a transformação de uma piscina, em “franca degradação” num pavilhão desportivo, o que representou um investimento superior a um milhão de euros.

Aos jornalistas, Miguel Albuquerque salientou que a região precisa de estar “alerta para uma situação que vai ser a de maior perigo nas próximas semanas, que é o regresso dos estudantes do continente” para as férias de Natal.

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“Porque são 4.000 estudantes que vão regressar e nós temos de estar cientes que este é um período crítico”, reforçou o chefe do executivo madeirense de coligação PSD/CDS.

O responsável argumentou que só será possível “conseguir controlar esta situação se as pessoas cumprirem voluntariamente aquilo que são os procedimentos, que é um período difícil” e “muito perigoso”, nomeadamente o período de confinamento de seis dias entre a realização dos dois testes de despiste para a Covid-19.

Para minimizar a situação, apelou a que todos os estudantes efetuem o teste de despiste antes do regresso à Madeira para poderem “encurtar o período do isolamento até a realização do segundo teste”, interagindo com a família, amigos e a sociedade só após terem o resultado negativo.

Albuquerque declarou compreender ser “difícil”, argumentando estar em causa a segurança também da “família alargada” na Madeira, que é composta muitas vezes por pessoas idosas.

Com o regresso dos estudantes “não vai haver um pico, pode haver é depois, porque esta doença não se manifesta de imediato, um período de Natal muito complicado”, vincou.

Questionado sobre os eventos da quadra natalícia, entre os quais a “Noite do Mercado”, que todos os anos reúne milhares de residentes e visitantes do dia 23 para 24 de dezembro, nas imediações do Mercado dos Lavradores, no Funchal, assegurou que esta tradição, “tal como a conhecemos, não vai existir”.

Miguel Albuquerque disse que as várias tradições do Natal madeirense, como a Noite do Mercado e barracas com comes e bebes na placa central da Avenida Arriaga, “são um grande sucesso, só que não há condições para as realizar nos moldes tradicionais”.

Falando sobre o espetáculo de fogo de artificio da passagem do ano, assegurou que “vai existir”, mas com um conjunto de procedimentos” que estão a ser trabalhados “no sentido de garantir que não se transforme numa festa coletiva com riscos de contaminação”.

Miguel Albuquerque aproveitou para agradecer “o trabalho exemplar de todo o corpo docente e funcionários nas escolas da região e louvar também a responsabilidade dos encarregados de educação que têm compreendido a situação e têm colaborado” com as autoridades de saúde nas escolas que tiveram casos de Covid-19.

O governante insular destacou que os planos de contingência das escolas têm sido “eficazes” e os encarregados de educação responsáveis, o que tem permitido, depois de cumprido o “isolamento profilático”, o regresso “sem dramas e sem haver muitos constrangimentos”, como foi o caso do estabelecimento que visitou.

De acordo com os dados da autoridade regional de saúde, na terça-feira a Madeira reportou 204 casos ativos de Covid-19, 143 dos quais importados, totalizando desde o início da pandemia 554 situações confirmadas, dois óbitos e 348 doentes recuperados.