“Amor Fati”

Quatro anos depois da sua estreia com o excelente “Ama-San”, rodado no Japão, Cláudia Varejão regressa ao documentário de longa-metragem com “Amor Fati”, título que é uma expressão latina significando “amor ao destino”. A realizadora foi à procura por todo o país de duplas, casais e pares (irmãos, gémeos, mães e filhos, e pais e filhas, mas também animais de estimação e os seus donos, por exemplo), todos eles tendo em comum, além das semelhanças físicas, uma fortíssima ligação um com o outro, que pode ser amorosa, de amizade, maternal, paternal e filial ou de puro hábito. O filme demora a arrancar e pede alguma paciência ao espectador no início, mas depois compensa-o pelo sentido de observação, pela variedade e alguma excentricidade dos retratos, e pela curiosidade, atenção e humanidade que encontramos no olhar da realizadora.

“Hóspede Indesejado”

Nesta primeira-metragem do inglês Remi Weekes, uma história de casas assombradas estreada na Netflix, um casal de sudaneses fugido ao conflito no Darfur, consegue asilo em Inglaterra, sendo instalado numa habitação social que precisa de arranjos, de um bairro anónimo algures nos arredores de Londres. Marido e mulher, que viveram uma tragédia durante a travessia do oceano, começam então a perceber que não estão sozinhos e há presenças sobrenaturais que parecem viver dentro das paredes da casa, e que se manifestam de forma cada vez mais óbvia e aterrorizadora. Presenças, que estranhamente, assustam muito mais o homem, Bol, do que a sua mulher, Rial. “Hóspede Indesejado” foi escolhido como filme da semana pelo Observador e pode ler a crítica aqui.

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