O PCP questionou esta quinta-feira o Governo sobre a origem do surto de “legionella” que matou, no distrito do Porto, sete pessoas e infetou 72, solicitando esclarecimentos sobre as medidas de acompanhamento e prevenção em curso.

Desde o início do surto, a 30 de outubro, já morreram sete pessoas das 72 que foram diagnosticadas com a doença, sendo que 39 continuam internadas em três hospitais do distrito do Porto.

Esta quinta-feira foram detetados mais cinco novos casos pelo Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos.

O surto de “legionella” está a afetar os concelhos Matosinhos, Póvoa de Varzim e Vila do Conde, sendo que este último já descartou a possibilidade de estar relacionado com a água de consumo doméstico da rede público do município.

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Legionella. Conclusões das análises às águas podem demorar “mais uma semana” para serem reveladas. Há já 72 casos confirmados

No requerimento dirigido à ministra da Saúde, Marta Temido, os deputados começam por salientar a “gravidade” da situação, considerando o surto de Covid-19 e sua incidência na região Norte.

De acordo com os comunistas, perante o momento atual e a necessidade de se atender ao surto de “legionella”, importa saber que acompanhamento está a ser feito e que medidas estão a ser tomadas para rastreamento e prevenção, mas também que informações tem o Governo sobre a origem do surto.

No documento, assinado pelos deputados Diana Ferreira, Ana Mesquita, Paula Santos e João Dias, o PCP critica o desinvestimento dos sucessivos governos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), lamentando que só perante um contexto de surto epidémico se tenha procedido ao reforço das respostas de saúde pública.

Habitualmente, a resposta de saúde pública é reativa face aos acontecimentos (como foram exemplos anteriores de surtos de ‘legionella’ e o atual surto de Covid-19) acompanhando os fenómenos depois da sua eclosão e pondo em evidência a fragilidade da prevenção primária, assinala o PCP.

Esta quinta-feira, a presidente da Câmara de Vila do Conde descartou que o foco de “legionella” que está a afetar o concelho esteja relacionado com a água de consumo doméstico, distribuída na rede pública. Elisa Ferraz confirmou que o foco de infeção ainda não foi descoberto, mas garantiu que a autarquia “está na linha da frente para o detetar”, embora reconhecendo que é um “processo difícil e complexo”.

A doença do legionário, provocada pela bactéria “Legionella pneumophila”, contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.