O príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, prometeu esta quinta-feira atacar os extremistas com “mão de ferro” após o atentado de quarta-feira em Jidá contra diplomatas ocidentais, reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

“Continuaremos a atacar com mão de ferro todos os que querem destruir a nossa segurança e estabilidade”, afirmou Bin Salman ao dirigir-se ao Conselho Consultivo (Majlis al-Choura), na sequência do ataque perpetrado no cemitério não muçulmano da cidade portuária de Jeddah (oeste) durante uma cerimónia na presença de diplomatas ocidentais.

“Continuaremos a enfrentar todas as ideias e todos os comportamentos extremistas”, acrescentou, citado pela agência noticiosa oficial saudita SPA. O EI reivindicou quarta-feira o ataque perpetrado na cerimónia comemorativa do armistício da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

“O grupo de segurança de soldados do califado conseguiu colocar um engenho no cemitério de Al Jawaya [na quarta-feira] no bairro de Al Balad, na cidade de Jeddah”, referiu o EI num comunicado divulgado através da rede social Telegram, precisando que no local do ataque estavam reunidos “vários cônsules dos países cruzados”.

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Os “países cruzados” são a referência do EI aos estados envolvidos nos movimentos militares de inspiração cristã que partiram da Europa Ocidental em direção à Terra Santa e à cidade de Jerusalém com o intuito de conquistá-las, ocupá-las e mantê-las sob domínio cristão entre os séculos XI e XV.

A nota informativa dos jihadistas acrescentou que o engenho denotado no local feriu várias pessoas, mas sem dar mais pormenores. Pelo menos dois elementos dos serviços de segurança sofreram ferimentos ligeiros, indicou esta quinta-feira a agência espanhola EFE.

Na quarta-feira, o jornal francês Le Figaro, citando fontes sauditas, avançou que pelo menos quatro pessoas tinham ficado feridas no ataque. O ataque foi imediatamente condenado, ainda na quarta-feira, pela diplomacia francesa.

“A França condena veementemente este ataque cobarde que nada pode justificar”, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, apelando às autoridades sauditas para esclarecerem todos os contornos do ataque.

Outros países (Grécia, Itália, Estados Unidos e Reino Unido) também condenaram o ataque e exigiram igualmente à Arábia Saudita uma investigação transparente. Horas depois do atentado, as autoridades sauditas classificaram o ataque como “cobarde”.