A BMW é mais um construtor que está a atravessar uma fase que se vai prolongar durante anos e que passa por fortes investimentos em veículos eléctricos. Com os accionistas a insistirem na distribuição de dividendos e as vendas de veículos tradicionais com motores de combustão a caírem, em parte devido à pandemia, o CEO da marca, Oliver Zipse, prepara-se para “matar” alguns coupés e roadsters.

Se durante anos esta classe de veículos desportivos foi um sucesso junto dos clientes da BMW, nos últimos tempos tem vindo a perder vendas, o que leva Zipse a confirmar que têm de decidir quais os que vão manter em produção. De recordar que já foi o menor sucesso comercial a determinar a associação com a Toyota, em que a BMW fornece motores, caixas e o chassi do Z4, para o construtor nipónico produzir o novo Supra na fábrica austríaca da Magna, de onde também sai o Z4.

Mas o interesse da BMW na Toyota vai mais longe do que a simples partilha de desportivos. Os japoneses lideram há muito a tecnologia das fuel cells (FC) e com o lançamento do novo Mirai, que estreia a nova geração das suas FC, resolveram tornar públicas as patentes das suas células de combustível a hidrogénio da primeira geração. Isto fez despertar o interesse em muitos fabricantes, que investiram nesta tecnologia no passado, sem nunca conseguir atingir um nível de desenvolvimento que os incentivasse a passar à produção em série. E este é também o caso da BMW.

Com a tecnologia agora mais acessível, a marca alemã criou uma aliança com a Toyota, em que além dos desportivos Z4/Supra, figuram igualmente as FC e que foi prevista durar até 2025. Porém, Zipse deseja que os acordos com os japoneses sejam estendidos e reforçados, para lá dessa data. Um dos resultados visíveis da colaboração nas FC, entre BMW e Toyota, é o X5 Hydrogen Next com produção a bordo de energia através de células de combustível, que a marca alemã está apostada em lançar no mercado em 2022.

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