Dois seguranças da quinta de um empresário português na cidade da Beira, província de Sofala, foram assassinados na sequência de um assalto na madrugada desta quinta-feira, disse à Lusa fonte policial.

As vítimas, que perderam a vida no local, terão sido amarradas e assassinadas dentro da quinta por um grupo de seis homens, que posteriormente tentou arrombar a porta da casa principal, disse Daniel Macuácua, porta-voz da Polícia da República de Moçambique em Sofala.

“Tentaram entrar na casa principal, destruindo as portas e as janelas. Nesse momento, o empresário perguntou o que queriam e eles disseram dinheiro. E através da janela ele atirou um montante total de 40 mil meticais [462 euros] e eles apoderaram-se do montante e foram-se embora”, explicou o porta-voz da polícia moçambicana. No interior da residência, no momento do assalto, o empresário português estava com a sua esposa e a sua filha, acrescentou.

Além das duas vítimas mortais, o grupo, armado com objetos contundentes e uma pistola, feriu outros dois trabalhadores, que estão hospitalizados, segundo o porta-voz da corporação.

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“Ativámos as nossas linhas operativas e decorrem diligências no terreno para a neutralização do grupo, num trabalho que envolve também o Serviço de Investigação Criminal (Sernic)”, acrescentou.

Este caso ocorre num momento em que Moçambique enfrenta uma vaga de raptos, cujo vítimas são empresários ou seus familiares. Desde o início de 2020, as autoridades moçambicanas registaram um total de 10 raptos.

Na segunda-feira, a filha de um casal português proprietário do restaurante Burako da Velha, na cidade da Matola, arredores da capital, foi raptada por um grupo desconhecido na rua da sua residência, momentos após sair de casa. Em outubro, um grupo de empresários na cidade da Beira paralisou, por três dias, as suas atividades em protesto contra a onda de raptos no país.

A CTA – Confederação das Associações Económicas de Moçambique, maior agremiação patronal do país, também já exigiu por diversas ocasiões um combate severo a este tipo de crime e até o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, já pediu mais medidas.