Portugal regista já 3.250 mortos em consequência da infeção pelo novo coronavírus. Pouco mais de oito meses depois de a pandemia ter chegado a Portugal, o país enfrenta uma segunda vaga mais exigente que a primeira e as faixas etárias mais altas continuam a ser as mais atingidas. A ministra da Saúde reforça a “grande preocupação” com as estruturas residenciais para idosos e faz a atualização do número de mortos registados nessas unidades: 1.090. Ou seja, do total de mortos registados em Portugal, um terço vivia em lares de idosos.

E sobre o aumento do número de infetados, Marta Temido diz ainda que o risco efetivo de transmissão da doença, o RT, parece “estar a abrandar ligeiramente”. “Está a baixar muito lentamente”, afirmou acrescentando que se situa agora em 1.11. “Este valor deve ser lido com muita prudência, é uma variação muito pequena”, notando que “vai demorar tempo, vão demorar semanas depois de atingirmos o pico da doença a sentirmos uma diminuição na procura dos hospitais e ainda mais semanas a sentir-se uma diminuição daquilo que é a letalidade”. Por isso, conclui a ministra, “seria irresponsável abrandar o esforço” no combate à pandemia.

Preço por internamento de doente Covid-19 em hospital não SNS passou para 2.495 euros

Relativamente aos custos por doente Covid no SNS e nos hospitais privados, Marta Temido começou por explicar que “em abril de 2020, quando a Administração Central do Sistema de Saúde preparou a primeira convenção extraordinária, não havia casuística de tratamento de Covid-19 que permitisse apurar um preço específico. O preço que foi formado foi por aproximação. Não havia ainda histórico. A esta data temos 7 a 8 meses de dados e foi com base nisso que se fez a revisão do preço”.

Com base nesse custeio, foram alterados os preços da convenção, aumentando um dos preços e desdobrando outro: “Tínhamos um preço por internamento de doente Covid-19 em hospital não SNS  de 1.962 euros [valor diário]. Neste momento passou para 2.495 euros”.

O preço para internamento em cuidados intensivos, que anteriormente era fixo independentemente do período de internamento, foi desdobrado em dois: “Um para a ventilação inferior a 96 horas e um para superior a 96 horas”, que custam 6.036 euros e 8.431 euros, respetivamente.

“Estamos a falar só de preços para doentes Covid, não houve qualquer alteração para doentes não Covid. Esta alteração que houve foi no sentido de tornar as convenções mais atrativas para os prestadores e assim melhorar aquilo que era a nossa dificuldade em ter respostas para doentes Covid”, explicou Marta Temido, acrescentando que há um reforço de 93 camas para doentes Covid, 52 das quais na região Norte.

“A Fundação de Ensino e Cultura Fernando Pessoa já disponibilizou 45 camas para doentes Covid, o Hospital das Forças Armadas tem 40 camas para doentes Covid e o Hospital Cuf Porto disponibilizou à ARS do Norte 8 camas”, o que totaliza 93 camas.

1,4 milhões de portugueses vacinados contra a gripe, 400 mil disponíveis e o plano para antecipar última entrega

Depois de a diretora-Geral da Saúde admitir em entrevista à agência Lusa que poderia não haver vacinas contra a gripe para todos, a ministra da Saúde ressalva que “só devem tomar a vacina as pessoas que para ela têm indicações” e que este foi um ano de procura pela vacina sem precedentes.

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“A vacina da gripe é produzida todos os anos para a estirpe que está em circulação. O mercado mundial é limitado. O país comprou este ano mais vacinas que em anos anteriores, pegou em vacinas das que comprou para o SNS e partilhou com as farmácias. Tivemos uma procura este ano como nunca tivemos. Estamos a vacinar mais do que alguma vez vacinámos”, afirmou Marta Temido.

Com uma estimativa de “1,4 milhões de pessoas vacinadas”, o Governo diz que há ainda “cerca de 400 mil vacinas que estão em pontos do SNS para vacinação” e que a entrega prevista para a última semana de novembro poderá ser antecipada, já que o Executivo está “a fazer todos os esforços” nesse sentido.

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