A Câmara de Lisboa vai prosseguir em 2021 com todo o plano de investimentos previsto, nomeadamente na área da Habitação, que tem inscritos 64 milhões de euros no orçamento da autarquia para o próximo ano.

“O difícil deste orçamento, o difícil de qualquer estratégia que passe por acudir a uma emergência, é tentar equilibrar estrategicamente esse desígnio com a manutenção da capacidade de investimento“, reconheceu esta sexta-feira o vice-presidente da Câmara de Lisboa e responsável pelo pelouro das Finanças, João Paulo Saraiva na apresentação do orçamento do município para 2021, que decorreu nos Paços do Concelho.

Salientando que, em 2021, pela primeira vez “num par de anos”, a Câmara de Lisboa terá um orçamento que vai decrescer no seu valor global relativamente ao ano anterior, João Paulo Saraiva assegurou que a autarquia irá “prosseguir com todo o plano de investimentos detalhado no “Programa de Investimento Lisboa 21”, que tem uma dotação de 523 milhões de euros.

Esse programa, recordou, tem vindo a ser desenvolvido ao longo dos anos e vai continuar até 2023/24. Assim, no “capítulo” da Habitação, a Câmara de Lisboa prevê investir 64 milhões de euros, dos quais 4,4 milhões serão destinados ao Programa Renda Segura e ao subsídio mensal de arrendamento e 12 milhões de euros à “construção de nova geração, para terminar com as habitações em alvenaria que ainda existem nos bairros Padre Cruz, Boavista e Cruz Vermelha”.

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Na mobilidade, o investimento será de 32 milhões de euros, com 5,7 milhões de euros orçamentados para “o sistema de gestão de mobilidade inteligente”. A “rede ciclável e pedonal” tem uma dotação de 12 milhões de euros e em reabilitação de pavimentos e “acessibilidade pedonal” serão investidos 14 milhões de euros.

Na rubrica do Ambiente estão inscritos 35 milhões de euros para o Plano Geral de Drenagem de Lisboa, 24 milhões de euros para as “áreas verdes”, 19 milhões de euros para “higiene urbana” e 30 milhões de euros para o tratamento e valorização de águas residuais.

Relativamente aos espaços e equipamentos públicos, a Câmara de Lisboa irá prosseguir o programa “Uma Praça em Cada Bairro”, que tem, em 2021, uma dotação de 13 milhões de euros.

A conclusão da requalificação da frente ribeirinha, orçada em três milhões de euros e a requalificação da feira das Galinheiras (com 300 mil euros) são outros dos investimentos previstos para 2021.

No ensino serão investidos 25 milhões de euros, prevendo-se que, ao longo do próximo ano, estejam em construção mais de 10 escolas e sete creches, enquanto para a construção 12 novas unidades de saúde famílias existe uma dotação de 14 milhões de euros.

Nos programas de apoio social, a Câmara de Lisboa irá gastar cerca de 10 milhões de euros, com 2,5 milhões de euros reservados para o programa para sem-abrigo “Housing First”, enquanto para o apoio às atividades desportivas e para o projeto “Olisipíadas” estão reservados 5,7 milhões de euros.

No apoio à atividade económica serão gastos 24 milhões de euros, com o “Hub Criativo do Beato” a receber 3,6 milhões de euros.

A Câmara Municipal de Lisboa, liderada pelo PS, prevê um orçamento de 1,15 mil milhões de euros para 2021, menos 11% em relação a este ano (1,29 mil milhões).

A pandemia de Covid-19 terá um impacto de 200 milhões de euros no orçamento de 2021, distribuídos em partes iguais pela despesa e pela receita, de acordo com o vereador das Finanças. O documento terá agora de ser discutido e aprovado em reunião de câmara e, posteriormente, na Assembleia Municipal de Lisboa.