A 13 de novembro de 2015, vários atentados terroristas em Paris provocaram 130 vítimas mortais, entre o mais mediático tiroteio no Bataclan, vários bombardeamentos na cidade e outro nas imediações do Stade de France, em Saint-Denis. Lá dentro, no relvado, jogavam França e Alemanha, num particular. O vídeo de Evra, lateral francês, a parar durante milésimos de segundo a ouvir as explosões, tornou-se viral. E Joachim Löw, o selecionador alemão, ainda não esqueceu nada do que aconteceu.

“É algo de que falamos muitas vezes. Ainda ontem [quinta-feira], ao pequeno-almoço, falámos sobre esse noite terrível. Foi uma experiência que está associada ao medo e a muitas mortes. Foi um dia que não vamos esquecer”, disse Löw na antevisão da partida com a Ucrânia, a contar para a Liga das Nações, e precisamente no dia em que se assinalavam cinco anos desde os atentados de Paris.

Cinco anos depois e após a gigantesca desilusão no Mundial 2018, a Alemanha precisava de vencer a Ucrânia para afastar as pretensões ucranianas de chegar à final four e estar precavida para uma eventual vitória de Espanha contra a Suíça. Em Leipzig, Sané, Werner e Gnabry formavam o trio ofensivo alemão, com Waldschmidt, avançado do Benfica, a começar no banco. A Ucrânia de Shevchenko surpreendeu e começou a ganhar, graças a um golo de Yaremchuk (12′) ainda dentro do quarto de hora inicial. Sané, contudo, respondeu logo depois, ao empatar com assistência de Goretzka (23′). Ainda antes do intervalo, Werner confirmou a reviravolta, a colocar a Alemanha a ganhar com nova assistência de Goretzka (33′).

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Na segunda parte, sem que nenhum dos treinadores tivesse ainda mexido na equipa, Timo Werner bisou a passe de Ginter e fechou as contas do jogo (64′). Waldschmidt ainda entrou, assim como Julian Brandt, mas o resultado não voltou a alterar-se. A Alemanha regressou às vitórias em jogos oficiais, depois do empate contra a Suíça na última jornada, eliminou a esperança ucraniana de ainda chegar ao primeiro lugar e está na liderança do Grupo 4, com mais um ponto do que Espanha, que empatou com os helvéticos. Na terça-feira, na derradeira jornada da fase de grupos da Liga das Nações, alemães e espanhóis encontram-se e decidem finalmente quem vai estar na final four da competição.

No final da partida, Timo Werner era obviamente o herói da noite. “Na fase ofensiva as coisas estão a parecer-nos muito bem. E também estamos mais sólidos na defesa. Se conseguirmos continuar a trabalhar regularmente, as coisas podem melhorar muito, principalmente olhando para o Euro 2020″, disse o avançado do Chelsea. Werner, que trocou o RB Leipzig pelos ingleses no verão, voltou ao estádio onde foi rei e senhor nos últimos quatro anos e mostrou que já é o próximo grande líder da seleção alemã.