A grave lesão de Van Dijk, depois de uma entrada dura de Jordan Pickford, foi uma má notícia para a temporada do Liverpool e para Jürgen Klopp. Mas também foi um sério revés para uma seleção holandesa que já tinha perdido o selecionador, Ronald Koeman, no início da época e que se via assim desprovida do capitão na Liga das Nações e provavelmente no Europeu. E ninguém, para além do próprio Van Dijk, tinha melhor noção disso do que Gini Wijnaldum, o médio que é colega de equipa do central no Liverpool e que ficou com a braçadeira na seleção na ausência do jogador de 29 anos.

“É um momento difícil para ele. É a pior coisa que podemos experienciar como jogadores de futebol [rotura de ligamentos]. Passamos pelo inferno. Mas acho que ele é muito forte. Falamos por FaceTime de vez em quando, o que é muito bom”, disse Wijnaldum na antevisão do particular com Espanha que Holanda disputou a meio da semana. Um particular que acabou empatado, com golos de Canales e Van de Beek, e onde um vídeo do médio do Liverpool se tornou absolutamente viral. Já no banco de suplentes improvisado, na bancada da Johan Cruyff Arena e já depois de ter sido substituído, Wijnaldum esticou o braço para cumprimentar Depay, que tinha acabado de sair. O avançado do Lyon não viu e seguiu caminho sem olhar para o capitão — que permaneceu com o braço esticado, entre muitos sorrisos, até Depay voltar para trás.

Este domingo, a Holanda recebia a Bósnia em Amesterdão e precisava de um resultado positivo para ficar precavida para o que fosse que acontecesse mais tarde, na partida entre a Polónia e a Itália. Uma vitória deixava a Laranja Mecânica no topo do Grupo 1, ainda que provisoriamente, e um empate no segundo jogo da noite poderia deixar tudo em aberto para a última jornada, onde os holandeses viajam até à Polónia.

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Van de Beek ficou no banco e o meio-campo ficou entregue a Wijnaldum, De Jong e ainda Klaassen, que atua no Ajax. O trio de ataque era composto por Depay, Luuk de Jong, do Sevilha, e ainda Berghuis, do Feyenoord. Do outro lado, de forma natural e no onze inicial, estavam Pjanic e Kolasinac. A Holanda abriu o marcador logo nos instantes iniciais, por intermédio de Wijnaldum, que marcou com assistência de Dumfries (6′). Foi o capitão a aumentar a vantagem pouco depois, ainda antes de estar completo o quarto de hora inicial, desta feita com passe de Berghuis (13′). O médio do Liverpool recordou Van Dijk com a celebração do segundo golo, ao imitar o festejo que o central costuma fazer sempre que marca.

Já na segunda parte, Depay dilatou o resultado depois de nova assistência de Dumfries (55′) e a Bósnia reagiu com uma dupla substituição que acabou por dar resultado, já que Prevljak, acabado de entrar, reduziu a desvantagem (63′). Van de Beek e Hateboer foram lançados por Frank de Boer, para as saídas de Wijnaldum e Dumfries e para a procura de uma consolidação e frescura que pudessem garantir desde logo a vitória tranquila.

A Holanda venceu a Bósnia por 3-1, está provisoriamente na liderança do Grupo 1 da Liga A da Liga das Nações com oito pontos e fica agora à espera de perceber o que fazem Itália e Polónia ainda este domingo. Wijnaldum, que começou esta pausa para compromissos internacionais a ficar pendurado com Depay, marcou dois golos, continua a ser a figura da seleção depois da lesão de Van Dijk e ainda homenageou o amigo, capitão e colega.