O presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC), Delmino Pereira, classificou de “exibição de luxo” a prestação dos quatro ciclistas lusos nos Europeus de pista, na Bulgária, onde seleção nacional conquistou sete medalhas, duas delas de ouro.

O dirigente esteve esta segunda-feira na receção aos atletas Iuri Leitão, Ivo e Rui Oliveira, e Maria Martins, no aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, e mostrou orgulho “por mais uma grande afirmação internacional do ciclismo português”.

É um momento de grande felicidade para a nossa modalidade e uma enorme satisfação ter visto uma exibição de luxo dos nossos corredores, coroadas com estas medalhas. Foi a melhor prestação de sempre dos nossos ciclistas num Campeonato da Europa, disse Delmino Pereira.

O líder da FPC elogiou a capacidade técnica e de trabalho dos ciclistas e técnicos nacionais, falando num lote de aletas “mais diversificado e jovem e com um futuro muito promissor”.

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“Estamos perante uma nova geração de corredores com grande qualidade. Neste momento, encaramos as competições internacionais para disputar [títulos], em vez de apenas participar, como acontecia no passado”, analisou Delmino Pereira.

O dirigente considera que estes resultados são também fruto do trabalho desenvolvido pela federação no Centro de Alto Rendimento na Anadia, apontando que Portugal “já está na primeira linha do ciclismo mundial”.

“Sem esse trabalho e infraestrutura seria impossível termos este sucesso. Muito países estão a apostar nesta vertente de pista, que também representa grandes oportunidades profissionais para estes atletas. A aposta nesta vertente será sempre uma opção dos corredores, mas acredito que podem conjugar horizontes”, acrescentou Delmino Pereira.

A ideia é partilhada pelo selecionador nacional de pista, Gabriel Mendes, considerando que o sucesso conquistado nestes Europeus tem como conceitos chave a “adaptação, resiliência, trabalho e muito esforço”. “Não penso que haja necessidade de se abdicar da vertente estrada para apostar na pista. Pode-se ajustar os processos para compatibilizar as duas”, disse o técnico.

Gabriel Mendes confessou “não estar surpreendido” por estes êxitos conquistados pelos seus pupilos, considerando que, apesar do ano atípico, devido à pandemia de covid-19, que reduziu os momentos competitivos, estes ciclistas “focaram-se em fazer o melhor possível”.

“Estas medalhas refletem todo o processo de trabalho que estes jovens talentosos têm vindo a fazer ao longo dos anos. Julgo que será um alento para continuarem este processo de desenvolvimento, porque têm muitas potencialidades para manter este sucesso”, analisou o selecionador nacional.

A seleção nacional participou nos Campeonatos da Europa de pista, em Plovdiv, na Bulgária, com quatro ciclistas, e amealhou sete medalhas. O mais laureado de foi Iuri Leitão, que se sagrou campeão europeu de “scratch”, vice-campeão de eliminação e terceiro classificado em “omnium”. Ivo Oliveira conquistou a medalha de ouro em perseguição individual e, em parceria com o gémeo, Rui Oliveira, arrebatou a de prata em “madison”, enquanto Maria Martins ganhou a medalha de bronze em eliminação.