O PCP voltou às manifestações, esta terça-feria em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa, em defesa do SNS. O líder comunista culpou o PS e a direita pelo “saque dos grupos de saúde” no setor.
Já era noite quando uma centena de manifestantes, vindos do largo do Saldanha, dobraram a avenida da República para a rua João Crisóstomo num desfile que parou em frente ao ministério para ouvir, em dez minutos, Jerónimo de Sousa criticar PS, PSD e CDS por deixarem os “interesses instalados” parasitarem o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
“Parasitando-o e utilizando-o como instrumento na transferência de centenas de milhões de euros de recursos públicos para a acumulação privada”, afirmou o secretário-geral do PCP numa tribuna improvisada em frente do Ministério da Saúde.
Jerónimo de Sousa aproveitou a ocasião para realçar que “o SNS atravessa dificuldades, por exemplo o desinvestimento” e que a culpa é dos sucessivos governos, do PS e da direita. Acusou ainda “os privados” de pouco ou nada terem ajudado na resposta à pandemia de Covid-19 desde março.
Só o Serviço Nacional de Saúde “provou ser a solução para garantir em pleno o direito à saúde e na resposta ao surto epidémico”, concluiu, antes de defender que tipo de resposta o país deve dar.
Numa frase, o secretário-geral do PCP esclareceu o que deve ser feito: “Reforçar o SNS, garantir a proteção individual, dinamizar as atividades económicas, sociais, culturais, desportivas e exercer os direitos políticos e sociais e combater o medo e os seus propagandistas.”
A manifestação em frente ao Ministério da Saúde foi uma das “cerca de três dezenas” organizadas noutros pontos do país pelo PCP que culminou uma ação nacional, iniciada há um mês, com o lema “combater a Covid-19, recuperar atrasos, garantir o acesso aos cuidados de saúde”.
A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 1.328.048 mortos resultantes de mais de 55 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 3.553 pessoas dos 230.124 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.