Sete jogos contra a Croácia, nenhuma derrota. Com a vitória desta terça-feira, Portugal mantém-se invicto com os croatas, com seis vitórias e um empate. Assim como Fernando Santos, que entre dois jogos enquanto selecionador grego e outros quatro como selecionador português soma agora dois empates e quatro vitórias. Depois da partida, que acabou com o regresso aos resultados positivos por parte da Seleção mas não teve propriamente uma grande exibição portuguesa, o treinador não escondeu que era assim também que olhava para os 90 minutos.

Rúben Dias, um anti-derrapante numa equipa que parece manteiga (a crónica do Croácia-Portugal)

“Resultado melhor do que a exibição? Claro, primeira parte sem intensidade, embora a querer jogar. Se a bola pára mais devido ao relvado, temos de jogar de forma diferente. Se não dá para jogar curto, joga-se longo e aperta-se em cima. Correr, corre-se, mas temos de correr bem, temos de carregar neles. Pusemo-nos a jeito outra vez. Depois na segunda parte entrámos com outra intensidade, a escolher bem os caminhos. Os jogos não se ganham apenas a jogar bonitinho. Bonitinho, bonitinho, ninguém ganha a ninguém. Depois entrámos no mesmo ritmozinho e permitimos o golo da Croácia. Depois fomos à procura de marcar com pouco discernimento. Fomos melhores mas temos de ser muito melhores”, explicou o selecionador nacional, deixando alguns recados aos jogadores que foram audíveis até durante a partida, onde não se inibiu de gritar indicações. Fernando Santos detalhou ainda a substituição que fez ao intervalo, quando tirou Bruno Fernandes para lançar Trincão, e até revelou que queria fazer mais.

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“Era preciso alguém que espevitasse o jogo. Estive para mudar dois ou três ao intervalo, não apenas um. O Trincão entrou muito bem e começou a criar elã na equipa. Depois surgiu a expulsão e o golo. Aí estávamos bem e mais tarde ou mais cedo iríamos marcar. Depois do empate voltámos à lentidão. Bom… Mas isto já acabou e é preciso voltar ao futuro”, concluiu, deixando escapar alguma frustração. O selecionador nacional comentou ainda o facto de a Seleção só voltar a jogar em março do próximo ano e já para a qualificação para o Mundial 2022, realçando que era necessário “rever” o que falhou nos últimos dois jogos. “Não podemos ficar parados só nestes dois jogos e não pensar nos bons quatro jogos que fizemos antes. Esta imagem não é boa mas não é a nossa imagem”, terminou o treinador.

Já Rúben Dias, central do Manchester City, acabou por marcar dois golos que garantiram a vitória da Seleção, estreando-se também a marcar pela equipa A portuguesa. O defesa ex-Benfica bisou pela primeira vez na carreira e tornou-se o primeiro central a fazê-lo por Portugal em mais de 20 anos, desde que Paulo Madeira também marcou dois golos ao Liechtenstein em 1999. “Como é óbvio, a vontade de fazer a estreia a marcar pela Seleção é algo que está sempre presente. É sempre um momento especial. Esse momento chegou hoje e estou muito feliz, ainda mais por ter juntado a esse momento a vitória num jogo difícil, num campo difícil e num contexto nada fácil. Agora é focar no clube”, disse Rúben Dias já depois do final da partida.

Portugal termina a participação na Liga das Nações desta época sem conseguir defender o título na final four mas como uma das equipas com mais pontos conquistados na fase de grupos, 13. Só perdeu pontos com França (um empate e uma derrota) e venceu ambos os duelos com a Croácia e a Suécia, encerrando o registo com 12 golos marcados, quatro golos sofridos e 27 jogadores utilizados. O único totalista, precisamente, foi Rúben Dias.