Os trabalhadores da agência Lusa aprovaram esta segunda-feira, em plenário, a reposição do subsídio de transporte na íntegra, mas dividido em duas frações, apesar de considerarem que não havia “qualquer justificação” para a repartição proposta pela administração.

Em comunicado conjunto, os três sindicatos que representam os trabalhadores da Lusa explicitaram que a proposta da administração, apresentada na última quinta-feira, “acabou por ser aprovada por maioria, porque os trabalhadores entenderam” que era a maneira “mais célere de reaver o rendimento” que foi “cortado e que entenderam ser seu por direito”.

Contudo, os trabalhadores manifestaram “dúvidas e desconfianças” em relação à proposta da administração, que vai dividir o subsídio de transporte de 69,65 euros em dois: um no valor de 40 euros e outro no valor de 29,65 euros.

Em plenário, que decorreu esta segunda-feira, os funcionários “manifestaram-se contra a divisão do subsídio em dois porque não encontrarem qualquer justificação plausível para a fração deste complemento remuneratório, que é atribuído a todos os trabalhadores há mais de 20 anos”, dá conta a nota subscrita pelo Sindicato dos Jornalistas (SJ), o Sindicato das Indústrias Transformadores, Energia e Atividades do Ambiente, Centro Sul E Regiões Autónomas (SITE/CRSA), e pelo Sindicato dos Trabalhadores e Técnicos de Serviços, Comércio, Restauração e Turismo (SITESE).

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Na sequência desta solução encontrada pela administração, a greve dos trabalhadores da agência Lusa, agendada para sexta-feira e sábado da última semana, 13 e 14 de novembro, foi suspensa.

Os funcionários da Lusa decidiram, em 3 de novembro, por maioria, fazer greve naqueles dois dias por causa do corte de 29,65 euros na remuneração.

O corte corresponde a “menos 326,15 euros por ano no rendimento dos trabalhadores” da única agência de notícias portuguesa, aponta uma resolução produzida na altura.

Este corte foi efetivado no salário de outubro, de um modo “unilateral pela administração” da empresa.

Os trabalhadores da Lusa exigiram ainda, durante o plenário que decorreu em 3 de novembro, o “cumprimento integral do Acordo de Empresa, nomeadamente as cláusulas relativas ao pagamento do trabalho extraordinário e noturno, e a integração nos quadros dos trabalhadores com vínculo precário que respondem a necessidades permanentes”.