O Vitória de Setúbal apresentou, esta segunda-feira, na Polícia Judiciária (PJ) uma queixa relativa ao negócio realizado com o Levski da Bulgária envolvendo o jogador Nuno Reis, noticia o Público (artigo para assinantes). Segundo o mesmo jornal, esta é apenas uma das irregularidades encontradas nas contas do clube.

Em setembro de 2018, a direção da Sociedade Anónima Desportiva (SAD) do Vitória cedeu os direitos do jogador ao clube búlgaro por 150 mil euros, mas a verba não chegou a entrar nas contas dos sadinos. Em vez disso, foi transferida para uma conta bancária no Chipre, em nome de Rodolfo Vaz, então diretor desportivo da SAD.

A transferência aconteceu depois de uma alteração feita ao contrato original, que estipulava inicialmente que os 150 mil euros deveriam ser depositadas em três parcelas na conta do Vitória na Caixa Central do Crédito Agrícola Mútuo. Mas isso nunca chegou a acontecer e o dinheiro acabou no Chile. As alterações contratuais nunca foram comunicadas à FIFA.

Contactado pelo Público, Rodolfo Vaz confirmou que recebeu parte das verbas relativas aos direitos de Nuno Reis, mas que o fez a pedido da SAD. “O que recebi nessa conta não foram três tranches, foram menos. Mas isso aconteceu a pedido do conselho de administração. Pediram-me esse favor, porque as contas do Vitória estavam penhoradas”, explicou ao jornal, classificando a situação como irregular, mas recorrente.

“Isso não aconteceu apenas no caso do Nuno Reis; fiz isso variadíssimas vezes em que o Vitória precisou da minha conta para contornar as penhoras”, disse. “O Vitória fez isso até com prestações da PPTV [empresa que negoceia direitos televisivos dos jogos de futebol, ligada à Olivedesportos].” Segundo o ex-diretor desportivo dos sadinos, os 150 mil euros acabaram nas contas do Vitória.

O Público tentou falar ainda com Vítor Hugo Valente, que fazia parte do conselho de administração juntamente com José Condenças e Paulo Gomes, mas este optou por não ser citado.

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