A coordenadora do BE, Catarina Martins, escusou-se esta quinta-feira a comentar a realização do congresso do PCP durante a pandemia, destacando apenas que os “direitos políticos não estão suspensos” e estranhando “as indignações seletivas neste país”.

No final de uma reunião na sede da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, em Lisboa, Catarina Martins foi questionada sobre a realização do Congresso do PCP em período de estado de emergência devido à pandemia, começando por referir que não acha “absolutamente nada” sobre esta polémica.

“Não tenho absolutamente nada a dizer sobre essa matéria. As normas são cumpridas, são normais, os direitos políticos não estão suspensos no país, era o que mais faltava que estivessem”, respondeu, quando interrogada sobre se via algum inconveniente na realização desta reunião magna comunista.

A única coisa que a líder do BE estranha “são as indignações seletivas neste país”.

O secretário-geral dos comunistas prometeu quarta-feira que o XXI Congresso Nacional do PCP, dentro de oito dias, em Loures, vai ser exemplar quanto a medidas de prevenção da covid-19 e manteve o tabu sobre a continuidade como líder do partido.

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“O Presidente da República não obstaculizou nem levantou dúvidas ou dificuldades em relação à sua realização [do congresso comunista]”, garantiu Jerónimo de Sousa, à saída de uma audiência no Palácio de Belém, adiantando que tem havido ligação com a Direção-Geral da Saúde na preparação do evento.

O líder do PCP sublinhou que o partido já se decidiu pela redução para metade do número de delegados inscritos e a ausência dos “milhares de convidados” e membros de delegações estrangeiras.

Os delegados ao XXI congresso do PCP vão obedecer a regras rígidas para entrar e circular do pavilhão Paz e Amizade, em Loures, e terão apenas cadeiras para se sentarem, sem mesas, disse à Lusa fonte partidária.

Os delegados, que já foram reduzidos a metade (cerca de 600) como forma de adaptar o congresso de 27, 28 e 29 de novembro às regras para conter a pandemia de Covid-19, vão espalhar-se por todo o pavilhão, incluindo as bancadas, com respeito pelas distâncias de segurança.

Os únicos a mesas serão os órgãos executivos que vão sentar-se na mesa do congresso, acrescentou a mesma fonte.

Haverá circuitos de entrada, circulação e saída de delegados e dirigentes do partido.