O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, anunciou esta quinta-feira que os produtos dos colonatos israelitas na Cisjordânia ocupada vão passar a ser rotulados como “Fabricados em Israel”, um reconhecimento que contraria a posição internacional.

A medida foi anunciada depois de Mike Pompeo ter visitado um colonato na Cisjordânia ocupada, tornando-se o primeiro líder da diplomacia norte-americana a fazê-lo.

O plano do Presidente Donald Trump para o Médio Oriente, que favoreceu abertamente Israel e foi rejeitado pelos palestinianos, permite a Israel anexar até um terço da Cisjordânia, incluindo todos os seus colonatos.

O Departamento de Estado disse que a mudança na política de rotulagem é “consistente com a abordagem de política externa [norte-americana], que se baseia na realidade”.

Os palestinianos e a maioria da comunidade internacional veem os colonatos como uma violação do direito internacional e um obstáculo à paz, sendo que a União Europeia exige que os seus Estados-membros rotulem os produtos ali fabricados como originários dos colonatos.

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Mike Pompeo fez a primeira visita de um líder da diplomacia dos EUA a um colonato israelita, na Cisjordânia ocupada, antes de uma viagem igualmente sem precedentes aos Montes Golã, anexados à Síria.

Pompeo mostrou-se na vinha Psagot, cujos escritórios estão localizados na zona industrial de Shaar Benjamin, parte dos colonatos israelitas da Cisjordânia ocupada, confirmaram os seus serviços.

A administração de Donald Trump demonstrou um apoio incomparável ao Estado hebraico, reconhecendo Jerusalém como a capital de Israel, aprovando a soberania israelita sobre parte dos Montes Golã, anexada à Síria em 1967, e dando apoio à existência de colonatos na Cisjordânia.

A criação de colonatos israelitas nos territórios palestinianos cresceu muito nos últimos anos, sob a liderança do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e sobretudo desde a chegada de Donald Trump à Casa Branca.

Mais de 450.000 israelitas vivem em colonatos na Cisjordânia, considerados ilegais pelo direito internacional já que o território foi ocupado por Israel em 1967. Cerca de 2,8 milhões de palestinianos vivem na região.

Em novembro de 2019, Pompeo afirmou que os colonatos deixavam de ser, na opinião de Washington, contrários ao direito internacional.

Durante muito tempo, o Departamento de Estado adotou uma abordagem errada sobre os colonatos, não reconhecendo a história deste (território) especial. Hoje, o Departamento de Estado defende vigorosamente o reconhecimento dos colonatos”.