Desde que o novo coronavírus chegou a Portugal, O Lar do Comércio, uma Instituição Particular de Segurança Social em Matosinhos, teve mais de 100 infetados com Covid-19, 24 dos quais acabaram por morrer. Familiares de utentes relataram falta de condições de higiene e de colaboradores e a autarca de Matosinhos, Luísa Salgueiro, chegou mesmo a falar em “negligência”. Em outubro, o lar foi constituído arguido, mas ainda dois meses antes da pandemia, várias denúncias tinham chegado à Segurança Social (IPSS) e ao Ministério Público, alertando para o “grave perigo para a saúde”.
Com eleições na direção marcadas para o próximo dia 18 de dezembro, esta quinta-feira foram apresentados 32 nomes — da equipa alternativa aos atuais corpos gerentes — e anunciadas as principais ideias para o mandato 2021/24, “que incluem a criação de uma unidade de cuidados continuados”.
“Esta casa foi, outrora, a maior IPSS da Península Ibérica. Foi símbolo do empreendedorismo do Norte, foi resultado da persistência e solidariedade dos nossos comerciantes. Mas essa imagem de força é passado. Hoje, O Lar do Comércio é capa de jornal pelos piores motivos“, afirma o candidato António Manuel Bessa., em comunicado.
Devolver “humanidade e credibilidade” à instituição e colmatar a falta de colaboradores são algumas das prioridades do cabeça de lista. “A pandemia colocou ainda mais expostas a debilidade e incompetência da gestão atual d’O Lar do Comércio, que se pretende perpetuar no poder.”
António Manuel Bessa acredita que José Moura, atual presidente da direção, não se apresentará a eleições e explica porquê: “Ele, mais do que ninguém, sabe que o seu tempo acabou. Já fez muito pelo Lar, mas neste momento é mais um problema do que solução.”