A Ordem dos Enfermeiros disse esta sexta-feira esperar que o novo Governo dos Açores tenha um “olhar atento” em relação aos problemas que afetam a classe e a saúde na região, destacando “a experiência política” das escolhas para as novas pastas.

O XIII Governo dos Açores, chefiado por José Manuel Bolieiro, do PSD, integra o centrista Artur Lima como vice-presidente e tem 10 secretarias e uma subsecretaria. A Secretaria Regional da Saúde ficará a cargo do advogado Clélio Meneses, antigo líder da bancada parlamentar do PSD, enquanto Artur Lima, na vice-presidência, ficará com a tutela das matérias sociais.

Além da Secretaria Regional da Saúde, trabalhamos também muito com a área da Solidariedade Social. As nossas expetativas são altas neste momento, porque são duas pessoas que têm experiência política e a experiência de trabalho propriamente no terreno”, afirmou à agência Lusa o presidente do conselho diretivo regional da Ordem dos Enfermeiros dos Açores, Pedro Soares, comentando a composição do novo executivo açoriano.

Pedro Soares disse que, em termos de atuação na área da saúde, espera “o combate imediato à Covid-19”, lembrando que a Ordem divulgou na quinta-feira um documento com a sua visão para “uma atuação imediata, com vista a um controlo e gestão da saúde nos Açores”, uma “proposta de visão estratégica que poderá ajudar” o novo Governo Regional.

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Ainda no âmbito da área da enfermagem, a Ordem espera que a nova tutela tenha “um olhar atento aos enfermeiros” e que faça “uma análise às grandes dificuldades que os enfermeiros passam atualmente, nomeadamente em termos de reposicionamentos na carreira”. Outra das “preocupações” da Ordem é a atividade assistencial ao doente não-Covid.

“Achamos que o combate à recuperação das listas de espera é fundamental neste momento e a descentralização dos cuidados é outra das matérias que a saúde na região tem neste momento grande necessidade”, sublinhou o presidente do conselho diretivo regional, para quem terá de haver “uma visão para além das ilhas ditas principais e um investimento nos recursos humanos e na melhoria de equipamentos”.

O novo Governo dos Açores, que junta PSD a CDS e PPM, tomará posse na terça-feira.

O PS venceu as eleições legislativas regionais em 25 de outubro, mas perdeu a maioria absoluta que detinha há 20 anos, alcançando 25 dos 57 lugares da Assembleia Legislativa Regional. PSD, CDS-PP e PPM, que juntos representam 26 deputados, anunciaram um acordo de governação e estabeleceram acordos de incidência parlamentar com o Chega e o Iniciativa Liberal (IL).

Com o apoio dos dois deputados do Chega e do deputado único do IL, a coligação de direita soma 29 deputados na Assembleia Legislativa dos Açores, número necessário para atingir a maioria absoluta.