A presidente da Comissão Europeia afirmou esta sexta-feira estar esperançada num “novo início para a cooperação global” e reforço do multilateralismo, face à mudança na administração norte-americana e aos sinais já dados pelo Presidente eleito, Joe Biden.

Numa conferência de imprensa conjunta com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, de antecipação da cimeira (virtual) do G20 que decorre no fim de semana, Ursula von der Leyen, ao abordar os principais pontos em agenda, mencionou mais do que uma vez as suas expectativas relativamente à nova administração de Washington, que deverá assumir funções em janeiro próximo.

Referindo-se à pandemia da Covid-19, a presidente da Comissão Europeia defendeu que “o mundo tem de estar melhor preparado para proteger a humanidade contra futuras pandemias”, com a Organização Mundial de Saúde a assumir “um papel de liderança”. “E sim, precisa de aprender as lições da atual pandemia”, tal como todos os países, apontou.

Segundo Von der Leyen, “todos os países devem trabalhar em conjunto para melhorar a segurança sanitária global” e, para apoiar esses esforços, a União Europeia vai coorganizar com a presidência italiana do G20 em 2021 uma cimeira global da Saúde.

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E embora os Estados Unidos tenham resistido até agora a envolver-se nesta matéria, estou muito esperançada agora de que, com o novo Presidente eleito, isso mudou. De resto, a próxima administração já se comprometeu a aumentar a cooperação multilateral, incluindo no domínio da saúde”, apontou.

Ao abordar outro dos grandes temas da cimeira do G20, o combate às alterações climáticas, a presidente da Comissão Europeia voltou a expressar a sua esperança de o cenário também melhor com a futura administração norte-americana liderada por Joe Biden, que sucederá a Donald Trump.

“No ano passado, no G20, os Estados Unidos quebraram o consenso dada a sua oposição ao Acordo de Paris […] Também esperamos, claro, um novo momentum da nova administração norte-americana, dada a declaração do Presidente eleito de que os Estados Unidos voltariam a aderir ao Acordo de Paris”, afirmou.

A cimeira de líderes do G20, originalmente prevista para Riade — atualmente o grupo é presidido pela Arábia Saudita — vai decorrer por videoconferência, devido à pandemia da Covid-19, sendo a UE representada por Charles Michel e Ursula von der Leyen.

A cimeira surge na sequência de uma reunião extraordinária dos dirigentes do G20 realizada por videoconferência em 26 de março com vista a coordenar as ações de luta contra a pandemia de COVID 19.

Segundo a Comissão Europeia, “a cimeira virtual constituirá uma oportunidade para os dirigentes do G20 fazerem um balanço da resposta coletiva e continuarem a debater a cooperação internacional na luta contra o vírus e as consequências socioeconómicas da pandemia”.

O G20 compreende a Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Rússia, África do Sul, Coreia do Sul, Turquia, Reino Unido, Estados Unidos e União Europeia, sendo a Espanha um país convidado permanente.