Doze homens de nacionalidade nepalesa que trabalhavam num restaurante de sushi em Rio Tinto, no concelho de Gondomar, foram hoje retirados de um apartamento para o Seminário do Bom Pastor (Valongo) por estarem infetados com Covid-19, avançou fonte oficial.

Em entrevista telefónica à agência Lusa, o presidente da Câmara de Gondomar, Marco Martins, confirmou que os 12 nepaleses moravam todos num apartamento T3 em Rio Tinto, no distrito do Porto, e, após uma denúncia, foram testados à Covid-19, com resultados positivos. Este sábado de manhã foram levados para o Seminário do Bom Pastor, uma estrutura distrital de retaguarda em Ermesinde, no concelho de Valongo.

“Ontem recebemos na Polícia Municipal, já perto da hora de jantar, uma denúncia de que haveria um conjunto de cidadãos estrangeiros num apartamento, potencialmente infetados e sem condições, e de imediato uma patrulha avançou para o local e verificou, de facto, a situação. Foi feita na hora seguinte, com a autoridade de saúde, a Proteção Civil e a Segurança Social, uma vistoria ao apartamento e verificaram-se 12 cidadãos de nacionalidade nepalesa […] que tinham tido teste positivo na quarta-feira, dia 18”, explicou.

A habitação, sublinhou, “não tem condições para albergar 12 pessoas”.

Os trabalhadores, que “não falavam português”, foram “cooperantes” e “estavam assustados”, mas viviam sem “quaisquer condições de habitabilidade, nem equipamento básico”, referiu Marco Martins.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O apartamento foi evacuado hoje de manhã e os trabalhadores vão ficar provisoriamente no seminário até que pelo menos alguns deles possam regressar à casa.

“Vão regressar ao apartamento, que é pago pelo dono do restaurante onde trabalham, mas ainda se terá de apurar a situação toda ao pormenor e não poderão regressar todos. O espaço não tem condições para 12 pessoas”, reiterou o autarca.

O transporte dos 12 trabalhadores foi assegurado pelos Bombeiros Voluntários Areosa-Rio Tinto, com o apoio da Proteção Civil, da Polícia Municipal, da autoridade de saúde, da Segurança Social e da PSP, e o restaurante foi encerrado na noite de sexta-feira pela Polícia Municipal e pelas autoridades de saúde.

O Serviço Nacional de Fronteiras (SEF) foi também chamado ao local. Nem todos os trabalhadores tinham contrato de trabalho.

O restaurante “só poderá reabrir agora depois de uma desinfeção e de cumprir todas as normas de higiene e segurança, e de a autoridade de saúde autorizar a sua reabertura”, referiu o presidente do município, descrevendo toda a atuação das várias entidades como “exemplar”.