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Taremi, o aluno aplicado que ficou em casa a estudar e teve 20 no teste (a crónica do Fabril-FC Porto)

Este artigo tem mais de 3 anos

O avançado iraniano não foi à seleção para ficar a trabalhar no Olival, voltou a marcar e parece ser o grande favorito para ser o companheiro de Marega no onze. FC Porto eliminou Fabril na Taça (0-2).

O avançado iraniano já tinha marcado ao Portimonense antes da pausa para os compromissos das seleções
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O avançado iraniano já tinha marcado ao Portimonense antes da pausa para os compromissos das seleções

Carlos Costa

O avançado iraniano já tinha marcado ao Portimonense antes da pausa para os compromissos das seleções

Carlos Costa

“É a antiga CUF”, terão respondido muitos adeptos de futebol, do FC Porto ou de qualquer outro clube, quando ouviram o que o sorteio da terceira eliminatória da Taça de Portugal tinha ditado. A antiga CUF, agora Fabril do Barreiro, era o adversário dos dragões na primeira fase em que os clubes da Primeira Liga entram na prova rainha do futebol português — ou seja, a antiga CUF era o adversário do atual detentor do título.

Mas a verdade é que, se hoje em dia a diferença entre o campeão nacional e o clube do Campeonato de Portugal é abismal, nem sempre foi assim. E é o histórico dos confrontos entre os dois que revela isso mesmo — tal como Sérgio Conceição fez questão de destacar na antevisão da eliminatória. O Fabril levava 11 vitórias, o FC Porto registava 12; este sábado, a balança podia tombar definitivamente para o lado dos dragões.

Ficha de jogo

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Fabril-FC Porto, 0-2

Terceira eliminatória da Taça de Portugal

Estádio Alfredo da Silva, no Barreiro

Árbitro: João Bento (AF Santarém)

Fabril: Marreiros, Nuno Longo, Leo Soares, Rony (João Carmo, 86′), Jairo, Reginaldo (Emerson, 86′), Diogo Palma, Nuno Sá, Daniel Oliveira (Gonçalo Paulino, 86′), Adjeil, Ivan Reis (Edson Castro, 57′)

Suplentes não utilizados: Daniel Júnior, Alexandre Barbas, João Araújo

Treinador: João Miguel Parreira

FC Porto: Diogo Costa, Carraça, Loum, Sarr, Manafá, Felipe Anderson (Sérgio Oliveira, 61′), Romário Baró, Otávio (Corona, 61′), Nakajima (Luis Díaz, 61′), Toni Martínez (Fábio Vieira, 80′), Taremi (Evanilson, 80′)

Suplentes não utilizados: Cláudio Ramos, Diogo Leite

Treinador: Sérgio Conceição

Golos: Toni Martínez (45+1′), Taremi (51′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Rony (70′), a Emerson (89′)

Mais do que isso, uma das linhas temporais mais importantes das últimas décadas do FC Porto está umbilicamente ligada ao clube do Barreiro. Para além de a estreia de Teófilo Cubillas, o histórico jogador peruano, ter acontecido contra o Fabril, também o brilhante percurso de Fernando Gomes começou contra a equipa da Margem Sul do Tejo. Foi contra a antiga CUF que o avançado português marcou os dois primeiros dos 355 golos que apontou pelo FC Porto e que acabariam por lhe garantir duas Botas de Ouro. Na altura, com apenas 17 anos e lançado pelo treinador brasileiro Aymoré Moreira, Gomes marcou os dois golos que garantiram a vitória dos dragões na primeira jornada da época 1974/75.

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Este sábado, as duas equipas voltavam a encontrar-se. O Fabril recebia o FC Porto no Barreiro depois de ter eliminado o Rabo Peixe e o V. Sernache nas duas eliminatórias anteriores; o FC Porto visitava o Fabril depois da interrupção para os compromissos das seleções, vindo de duas vitórias seguidas e com espaço para alguma rotação no onze. Assim, Sérgio Conceição oferecia a estreia a Carraça, reforço contratado ao Boavista no verão que ainda não tinha cumprido qualquer minuto, e ainda dava a primeira titularidade a Taremi, o avançado iraniano que nem sequer foi à seleção e ficou no Olival na última semana para acelerar o processo de adaptação à equipa e ao treinador. O guarda-redes Diogo Costa, Loum, Felipe Anderson, Romário Baró, Nakajima e Toni Martínez também eram opções iniciais, com Sérgio Oliveira, Corona e Luis Díaz a ficarem no banco. Marchesín, Mbemba, Zaidu, Uribe e Marega, por sua vez, nem sequer apareciam na ficha de jogo. Ou seja, pela primeira vez esta época, o FC Porto atuava com dois avançados destacados em conjunto.

45 anos depois da última visita do FC Porto ao mítico Estádio do Lavradio, em 1975, Otávio tinha também ele um dia importante e era o capitão de equipa. Já o Fabril atuava com algumas baixas devido aos casos positivos de Covid-19 que surgiram no plantel nos últimos dias. De forma natural, os dragões agarraram no jogo desde o começo e criaram a primeira oportunidade logo nos instantes iniciais: Taremi, depois de um cruzamento de Manafá a partir da esquerda, cabeceou ao lado da baliza de Marreiros (2′). Toni Martínez assumiu depois o papel de principal desequilibrador no ataque da equipa de Sérgio Conceição, com dois remates que levaram perigo à baliza adversária — um por cima (11′), o outro para defesa do guarda-redes (16′) –, mas o domínio azul e branco só durou 20 minutos, pelo menos de forma mais persistente.

O Fabril, que atuava com cinco defesas e ia conseguindo bloquear as investidas do FC Porto, começou a libertar-se da pressão mais asfixiante do adversário e a dar mostras de querer chegar mais perto da baliza de Diogo Costa. O único lance de maior perigo junto da grande área dos dragões foi um remate muito enrolado de Nuno Sá (30′) mas a verdade é que a equipa do Barreiro conseguiu obrigar o FC Porto a recuar, motivou uma quebra e ritmo e intensidade nos dragões e estava a equilibrar o jogo. Quando a equipa de arbitragem anunciou apenas um minuto de descontos na primeira parte, parecia certo que o Fabril ia conseguir levar o nulo para o balneário.

Toni Martínez, porém, tinha ideias diferentes. O Fabril até beneficiou de um pontapé de canto nesse último fôlego mas o FC Porto, com uma transição rápida, acabou por chegar à vantagem: a bola foi parar a Otávio, na sequência de um lance de insistência, e o brasileiro cruzou para a grande área a partir da direita. Martínez, totalmente sozinho e ajudado por um central adversário, que o colocou em jogo, desenhou um remate acrobático perfeito que deixou Marreiros pregado ao chão e abriu o marcador (45+1′). O avançado espanhol estreava-se assim a marcar pelo FC Porto, depois de ter sido contratado ao Famalicão no verão, e acabava por facilitar desde logo um jogo que até podia complicar-se para a equipa de Sérgio Conceição na segunda parte.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Fabril-FC Porto:]

Na segunda parte, ambos os treinadores decidiram trazer de volta os 11 jogadores que atuaram na primeira. O FC Porto voltou a assumir o comando que tinha perdido na segunda metade do primeiro tempo e só precisou de escassos minutos para aumentar a vantagem — e, logo aí, fechar as contas do jogo. Felipe Anderson apareceu na faixa central do relvado como ligação de uma jogada muito móvel dos dragões e isolou Taremi, deixando o iraniano totalmente sozinho na cara de Marreiros com um passe perfeito de rotura. O avançado rematou com muita violência e dilatou a vantagem (51′), marcando pelo segundo jogo consecutivo depois do golo que fez ao Portimonense, algo que ainda não tinha conseguido no FC Porto.

João Miguel Parreira reagiu com uma substituição na frente de ataque, tirando Ivan Reis para lançar Edson Castro, e Sérgio Conceição respondeu com a entrada de três habituais titulares que provavelmente estarão no onze na próxima quarta-feira, em França, no jogo da Liga dos Campeões contra o Marselha: Luis Díaz, Corona e Sérgio Oliveira. Até ao fim, Evanilson e Fábio Vieira ainda tiveram direito a alguns minutos — com o brasileiro a ter tempo para desperdiçar um golo de forma escandalosa (82′) — mas já pouco aconteceu. O FC Porto dominou por completo até ao apito final, sem necessidade de implementar grande velocidade ou grande ritmo e já a pensar na enorme densidade competitiva das próximas semanas, e o Fabril não teve argumentos para fazer mais do que defender, com Diogo Costa a terminar os 90 minutos sem ter feito qualquer defesa.

O FC Porto eliminou o Fabril sem grandes sobressaltos, apesar do período mais equilibrado da primeira parte, e apurou-se para a quarta eliminatória da Taça de Portugal. Sérgio Conceição testou pela primeira vez um sistema com dois avançados destacados no ataque e parece estar cada vez mais à procura de um companheiro para Marega nos jogos mais exigentes. Nesse particular, apesar de Toni Martínez também ter marcado, Taremi parece ganhar vantagem: o avançado iraniano, que não foi à seleção para ficar no Olival a trabalhar de forma mais individual com o treinador, marcou pelo segundo jogo seguido e parece estar cada vez mais adaptado à nova equipa.

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